Busca avançada
Ano de início
Entree


Entendimento do papel de glutaminase 2 para a progressão tumoral

Texto completo
Autor(es):
Ana Carolina Paschoalini Mafra
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Sandra Martha Gomes Dias; Valéria Helena Alves Cagnon; Roger Chammas; Tiago Goss dos Santos; Thiago Mattar Cunha
Orientador: Marília Meira Dias; Sandra Martha Gomes Dias
Resumo

Tumores consomem grandes quantidades de glicose e glutamina. O aumento do consumo de glutamina, além de contribuir para a formação de precursores biossintéticos, está relacionado à progressão tumoral. As glutaminases são codificadas por dois genes, GLS e GLS2. Ambas glutaminases são proteínas modulares, com domínios notoriamente envolvidos em interações proteína-proteína. GLS é oncogênico em diversos tipos tumorais, enquanto GLS2 desempenha um papel ambíguo, sendo anti- ou pró-tumoral em diferentes contextos. Em publicação recente do grupo, foi comprovado o papel pró-tumorigênico de GLS2 em um grupo de tumores de mama com expressão aumentada de GLS2, via eixo de interação ZEB/ERK/vimentina. O objetivo deste trabalho foi entender o papel de GLS2 no crosstalk com células do sistema imune infiltradas no microambiente, e o papel desta interação para a progressão tumoral em câncer de mama. Análise in silico utilizando o banco de dados doTCGA (The Cancer Genome Atlas) revelou que tumores com altos níveis de expressão de GLS2 são depletados de linfócitos e enriquecidos em macrófagos M2, um subtipo envolvido na progressão tumoral. Ensaios de co-cultura in vitro com a linhagem de câncer de mama humana MCF7 com expressão ectópica de GLS2 (GLS2+) com monócitos humanos revelaram secreção aumentada de citocinas anti-inflamatórias responsáveis pela polarização de macrófagos M2, comparado as células controle (Mock). Co-cultura com a linhagem tumoral de mama murina EO771 Mock e GLS2+ alterou o fenótipo de polarização de macrófagos primários murinos no sentido de favorecer o fenótipo M2, mas isto não dependeu da expressão de GLS2. Expressão de GLS2 diminuiu (e atrasou) a invasão de EO771; M2 não acelerou este processo tanto em Mock quanto em GLS2+. Implantes ortotópicos de EO771 GLS2+ em camundongos singênicos cresceram mais e ficaram mais pesados do que tumores Mock. Análise histológica dos cortes tumorais GLS2+ revelou extensas regiões de fibrose, necrose e hemorragia nestes tumores, comparados aos tumores Mock. Análise de infiltração de macrófagos nos cortes tumorais revelou maior presença de macrófagos M1 em tumores Mock do que em tumores GLS2+, enquanto que, qualitativamente, presença de M2 aparentou ser igual, sugerindo maior taxa M2/M1 em tumores GLS2+ comparado a Mock. Cortes tumorais GLS2+ também revelaram aumento na marcação de células endoteliais comparado aos tumores controle. Por fim, com o intuito de identificar parceiros de interação de GLS2, realizamos co-imunoprecipitação seguida de espectroscopia de massas na linhagem EO771 Mock/GLS2+ cultivada in vitro. As proteínas identificadas não nos apontaram nenhuma relação clara e necessitam de posterior comprovação. Concluímos que existe uma relação entre a isoenzima GLS2 e o conteúdo de macrófagos infiltrados em tumores com o aumento da resposta inflamatória e progressão tumoral em câncer de mama. Entretanto, esta reposta, no modelo estudado, não está relacionada com algum crosstalk específico entre a expressão de GLS2 nas células de câncer e o perfil de polarização de macrófagos, sendo, provavelmente, o produto de uma relação mais complexa entre o tumor e distintas células imunes (e/ou outros tipos celulares) no microambiente tumoral (AU)

Processo FAPESP: 16/06625-0 - Entendimento do papel da glutaminase 2 para a progressão tumoral
Beneficiário:Ana Carolina Paschoalini Mafra
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto