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Mapeando os livros de trajes do século XVI e a literatura de moda no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Larissa Sousa de Carvalho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Luiz Cesar Marques Filho; Patricia Dalcanale Meneses; Angela Brandão; Alexandre Ragazzi; Maria Claudia Bonadio
Orientador: Luiz Cesar Marques Filho
Resumo

No universo das obras impressas do Cinquecento podemos destacar um gênero artístico-literário conhecido, na língua portuguesa, como "livros de trajes". Tais publicações apresentavam os habitantes e os costumes de inúmeras regiões do globo, segundo uma estrutura quase científica para saciar a curiosidade a respeito da alteridade. Dessa maneira, o mundo era exibido como um sistema de classificação visual dos seus "cidadãos", sendo capaz de deleitar e ensinar o público a identificar o caráter humano pelos contornos das vestimentas regionais. A presente pesquisa busca problematizar esse conjunto de obras, das quais doze foram selecionadas para uma exame mais atento (produzidas por Enea Vico, François Desprez, Ferdinando Bertelli, Nicolas de Nicolay, Hans Weigel, Abraham de Bruyn, Jean-Jacques Boissard, Bartolomeo Grassi, Jost Amman, Pietro Bertelli, Alexandro de Fabri e Cesare Vecellio), uma vez que um corpus iconográfico foi criado pela circulação desse conteúdo nos mais importantes centros editoriais europeus da segunda metade do século XVI: a Itália, a Alemanha, os Países Baixos e a França. Propomos um mapeamento e uma análise minuciosa desses "atlas das aparências" para investigar em que medida essas obras rumam a uma unidade capaz de corroborar a criação de uma categoria para enquadrá-las, destacamos: a conjuntura para o seu surgimento, as características formais de cada volume, os objetivos dos autores, a audiência almejada, entre outros aspectos. Em seguida, gostaríamos de averiguar como algumas identidades e estereótipos foram construídos na Europa e para além dela. Pois a repetição das imagens ao longo de mais de quatro décadas sinaliza que não são criações artísticas aleatórias, mas uma iconografia com forte concepção e propósito por parte dos seus idealizadores. As inúmeras reedições dos livros de trajes ratificam a ampla circulação desse conteúdo ¿ no período em que foram criados e nos séculos seguintes. Por outro lado, elas permanecem à margem dos estudos contemporâneos, os quais seguem cheios de lacunas a serem preenchidas. Trataremos da recepção desse material pelas gerações ulteriores, focando, em particular, na utilização e na transmissão de modelos pelos manuais sobre a História do vestuário disponíveis no Brasil. Por fim, criamos uma galeria das imagens em forma de catálogo digital e elaboramos um estudo filológico dos exemplares consultados a fim de proporcionar ao leitor contemporâneo o contato com essa valiosa produção artística (AU)

Processo FAPESP: 13/04251-8 - A iconografia dos 'livros de vestuário' cinquentistas na construção de identidades nacionais e a sua recepção
Beneficiário:Larissa Sousa de Carvalho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado