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Avaliação morfológica e funcional dos músculos do assoalho pélvico e músculos abdominais de mulheres continentes e com incontinência urinária de esforço

Texto completo
Autor(es):
Natalia Miguel Martinho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Cássio Luís Zanettini Riccetto; Luiz Gustavo Oliveira Brito; Cristine Homsi Jorge Ferreira; Lígia de Sousa Marino
Orientador: Cássio Luís Zanettini Riccetto; Simone Botelho
Resumo

Introdução: A incontinência urinária de esforço (IUE) caracteriza-se pela perda urinária durante situações que geram aumento da pressão intra-abdominal. Apesar da sua fisiopatologia ainda não ser completamente elucidada, alterações morfológicas e funcionais dos músculos do assoalho pélvico (MAP) apresentam-se como fator predisponente. Adicionalmente, a interação entre os MAP e outros músculos da região abdomino-pélvica (como transverso do abdômen – TrA e obliquo interno - OI) também parece ter influência sobre os mecanismos de continência urinária feminina. Objetivo: Este estudo propôs: 1. Investigar a concordância da ultrassonografia translabial quadridimensional (UST 4D) com a palpação digital e eletromiografia de superfície (EMGs); 2. Verificar as alterações morfológicas e funcionais dos MAP apresentadas por mulheres com IUE; 3. Investigar o efeito da contração dos MAP e músculos abdominais sobre a morfologia dos MAP e espessura dos músculos abdominais, em mulheres continentes e incontinentes; e 4. Comparar a porcentagem de co-contração entre os MAP e TrA/OI entre mulheres continentes e incontinentes. Métodos: Duzentos e setenta e nove mulheres foram inicialmente recrutadas. As voluntárias incluídas foram submetidas à anamnese para análise de dados pessoais, sociodemográficos e obstétricos. O estatus de continência foi determinado pelo questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire – Urinary Incontinence Short Form. A avaliação física dos MAP foi realizada por meio da palpação digital (graduada pela escala PERFECT), EMGs e UST 4D. A avaliação dos músculos abdominais foi realizada por meio de EMGs e ultrassonografia transabdominal 2D. Os protocolos de avaliação constaram da aquisição dos sinais elétricos e das imagens ecográficas em quatro situações: repouso, contração dos MAP, contração do abdômen e contração simultânea dos MAP e abdômen. Resultados: Os resultados obtidos foram divididos em quatro manuscritos, relacionado à cada objetivo proposto: 1. O ângulo do platô do levantador foi o parâmetro ultrassonográfico que melhor se associou com a palpação digital (p<.0001) e EMGs (p=0.04 e r=0.1); 2. Mulheres com IUE apresentaram maior área hiatal (p=0,007), baixa posição do colo vesical (p=0,0006) e menor espessura do músculo puborretal (p=0,03); bem como menor força (p<0,0001), endurance (p=0,006), resistência (p=0,02) e coordenação dos MAP (p=0,0003) além da presença de contração simultânea de músculos acessórios (p<0,0001), quando comparado com mulheres continentes; 3. Em mulheres continentes e incontinentes, a contração isolada dos MAP não promoveu alteração significativa na espessura dos músculos abdominais, como ocorreu durante contração direta dos músculos abdominais. Em contrapartida, mulheres continentes apresentaram espessamento significativo do músculo puborretal durante a contração abdominal (p<0,0001), quando comparado às mulheres incontinentes; 4. Mulheres continentes apresentaram maior ativação do TrA/OI durante a contração voluntária dos MAP (p=0.01) e maior ativação dos MAP durante a contração voluntaria do TrA/OI (p<0.001) do que as mulheres incontinentes. Conclusão: Considerando que a morfologia e função dos MAP, bem como o padrão de co-contração entre MAP e TrA estão comprometidos em mulheres com IUE, recomenda-se utilizar métodos de avaliação confiáveis que permitam uma compreensão abrangente de sua função, não restringindo a avaliação a apenas um único método e/ou apenas aos MAP (AU)

Processo FAPESP: 15/22521-8 - Análise da coativação entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico e sua relação com os parâmetros biométricos ultrassonográficos do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária predominantemente de esforço
Beneficiário:Natalia Miguel Martinho Fogaça
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado