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Estruturas secretoras florais e coleteres foliares em especies de cerrado de Aspidosperma Mart. e Blepharodon Decne. (Apocynaceae s.l.)

Texto completo
Autor(es):
Diego Demarco
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marilia de Moraes Castro; Jane Elizabeth Kraus; Sandra Maria Carmello Guerreiro; Washington Marcondes Ferreira
Orientador: Marilia de Moraes Castro; Luiza Sumiko Kinoshita
Resumo

De acordo com o conceito vigente, Apocynaceae s.l. é composta por cinco subfamílias. No presente trabalho, foram estudadas duas espécies de Aspidosperma e uma de Blepharodon, que integram, respectivamente, as subfamílias mais basal e mais derivada. As espécies foram anatomicamente investigadas quanto à ocorrência e caracterização de coléteres em órgãos vegetativos e florais, e com relação à estrutura floral, com ênfase nas estruturas secretoras. A ausência de coléteres em órgãos vegetativos e flores de A. australe Müll. Arg. e A. tomentosum Mart. comprovou que esta estrutura não é universal na família. Coléteres foliares e florais foram encontrados em B. bicuspidatum Fourn. Eles variam em número e são polimórficos. Todos os tipos descritos são inéditos para a família. Os foliares ocupam posição interpeciolar e peciolar, têm origens distintas e desenvolvimento assincrônico, são caducos e a fase secretora varia sazonalmente; os florais são alternos às sépalas, formam-se no início do desenvolvimento floral, são persistentes e secretam até a flor estar em pós-antese. A secreção dos coléteres é heterogênea e produzida em uma única fase. Nos foliares, ela é constituída por mucilagem e compostos fenólicos, enquanto nos calicinais é composta por mucilagem, ácidos graxos e compostos fenólicos. Além de proteger os meristemas vegetativos e florais contra o dessecamento, os coléteres têm função de defesa contra fitófagos nos ramos vegetativos e contra fungos nas flores. Apenas duas estruturas secretoras foram encontradas na flor de A. australe: a epiderme da cabeça dos estiletes e os laticíferos, além de tricomas corolinos com estrutura intermediária entre secretores e tectores e um possível obturador placentário. A cabeça dos estiletes é do tipo mais simples presente na família e os laticíferos são articulados anastomosados. Embora as flores possuam aroma, os osmóforos não foram localizados; tecido nectarífero também não foi encontrado. Em B. bicuspidatum, há seis sítios secretores nas flores: a epiderme da ala da antera, a epiderme da cabeça dos estiletes, a epiderme da câmara estigmática, a epiderme da corona estaminal, os coléteres e os laticíferos articulados anastomosados. Com exceção da epiderme da ala da antera, as demais estruturas permanecem secretando até a antese floral. A estrutura floral de A. australe e de B. bicuspidatum é bastante distinta, mas algumas estruturas secretoras de ocorrência universal na família evidenciam a relação das duas espécies, como a epiderme da cabeça dos estiletes e o mesmo tipo de laticífero. A restrita variedade de estruturas secretoras florais de A. australe corrobora a posição basal do gênero na subfamília e na tribo; a grande diversidade de glândulas florais de B. bicuspidatum e sua complexa estrutura floral confirmam sua posição derivada na família e na subfamília (AU)

Processo FAPESP: 02/11881-3 - Estruturas secretoras florais e coleteres foliares de Aspidosperma Mart & Zucc. e Blepharodon Decne. (Apocynaceae s.l.) de Cerrado
Beneficiário:Diego Demarco
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado