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A importância das florestas restauradas, regeneradas e degradadas para prestação de serviços ecossistêmicos ligados ao carbono e à conservação da biodiversidade arbórea

Texto completo
Autor(es):
João Paulo Bispo Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Ricardo Ribeiro Rodrigues; Ingrid Koch; Ricardo Augusto Gorne Viani
Orientador: Ricardo Ribeiro Rodrigues
Resumo

O desenfreado desmatamento tem devastado florestas tropicais em todo o mundo. A fragmentação e isolamento de habitats decorrente desse processo resulta em florestas com condições estruturais distintas, afetando o funcionamento dos ecossistemas, e assim, o provimento de serviços ecossistêmicos, como sequestro de carbono, conservação da biodiversidade, polinização, dentre outros. Nesse cenário, a restauração de florestas nativas tem sido adotada em todo mundo como uma possibilidade de reverter as perdas e amenizar os prejuízos decorrentes da degradação humana. Esse estudo consiste em um dos poucos que levaram em consideração uma larga escala espacial e temporal (florestas com diferentes idades) e, além disso, avaliou de forma integrada diferentes tipologias florestais (DEG - remanescentes de floresta primária degradada, REG - regeneração natural ou sucessão secundária e REST - restauração ativa) para o aumento do estoque de carbono acima do solo e para conservação da biodiversidade. Foram coletados dados em dez parcelas alocadas em cada tipologia (N= 4), totalizando 40 parcelas inseridas nos domínios do bioma Mata Atlântica. Foi visto que DEG, REST e REG estocam altas quantidades de carbono em sua biomassa acima do solo. Sendo que essa quantidade é maior em CON (131,5 Mg ha-1), seguido por DEG (79,7 Mg ha-1), REST (51,9 Mg ha-1) e REG (29,1 Mg ha-1). Além disso, verificamos que florestas com melhores condições estruturais estocam mais carbono. Sobre o pool total de espécies amostradas (N= 454), CON (62 spp.) foi a tipologia com o maior número de espécies exclusivas. Por outro lado, a quantidade de espécies exclusivas entre DEG (36 spp.), REG (40 spp.) e REST (32 spp.) foram similares. Apesar das tipologias abrigarem considerável número de espécies, as curvas de rarefação demonstraram que a riqueza é diferente entre elas, sendo maior em CON (147 spp.), seguido por DEG (123 spp.), REG (101 spp.) e REST (83 spp.). A diversidade florística foi maior em CON (10,6) e DEG (9,7) e menores, porém, similares entre REST (5,22) e REG (5,16). Não foram constatadas diferenças entre todas as tipologias em relação a diversidade filogenética, isto é, os valores aferidos são semelhantes entre elas. Ainda nesse contexto, a composição florística é diferente entre as tipologias, exceto entre CON e DEG. Encontramos que a alta diversidade beta aferida para todas as tipologias é quase que inteiramente resultado do turnover (>90%). Em síntese, nossos resultados indicam que DEG, REST e REG contribuem consideravelmente para o sequestro de carbono atmosférico e complementam a diversidade e riqueza de espécies na paisagem diminuindo a extinção de espécies, conectando habitats e diminuindo a pressão sob florestas primárias. Tudo isso revela que é necessário e urgente criar políticas de proteção ambiental que não negligenciem essas florestas (AU)

Processo FAPESP: 20/08081-3 - Novas florestas: potencialidades e contribuições para conservação da biodiversidade
Beneficiário:João Paulo Bispo Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado