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The importance of flash coloration in reducing avian predation on Morpho butterflies: an experimental study in Atlantic rainforest = A importância da coloração dinâmica em Morpho helenor (Nymphalidae: Satryrinae) na redução da predação por aves: uma abordagem experimental

Texto completo
Autor(es):
Aline Vieira Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira; Rodrigo Cogni; Glauco Machado
Orientador: Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira; André Victor Lucci Freitas
Resumo

Dentre os diversos mecanismos de defesa contra predação conhecidos, uma grande parte envolve padrões de coloração. Uma categoria desses mecanismos de defesa que ainda não foi muito explorada é a de padrões de colorações ocultos, que só são exibidos em situações específicas. Este é o caso da coloração dinâmica (flash coloration). A hipótese da coloração dinâmica propõe que animais com coloração críptica, que expõem subitamente uma coloração conspícua durante movimento, reduzem a probabilidade de serem predados, pois confundem predadores visualmente orientados. Para testar essa hipótese, nunca antes testada na natureza, realizamos experimentos usando a borboleta Morpho helenor como modelo. Essa espécie de borboleta possui um padrão de coloração contrastante entre a face dorsal (azul) e a face ventral (marrom) de suas asas, resultando em uma série de "flashes" azuis durante o voo. Para testar a hipótese da coloração dinâmica, realizamos três experimentos com o intuito de modificar o padrão de coloração alar e avaliar se tal modificação altera a predação dos indivíduos. No experimento 2, usamos tinta marrom para remover a faixa azul da face dorsal dos indivíduos do grupo tratamento, tornando-os sempre crípticos mesmo durante o voo. No experimento 1, adicionamos uma faixa azul na face ventral dos indivíduos do grupo tratamento, fazendo com que a coloração conspícua estivesse sempre presente durante o voo. Como controle, pintamos uma faixa marrom na mesma região pintada no grupo tratamento, na face ventral. Como controle, pintamos uma faixa marrom ao lado da faixa azul na face dorsal das asas. No experimento 3, alfinetamos na serapilheira indivíduos mortos de M. helenor com uma faixa azul pintada na face ventral das asas para investigar se eles seriam mais atacados nessa posição (como se estivessem pousados no chão da floresta). Como controle, pintamos uma faixa marrom na face ventral das asas dos indivíduos. Nossos resultados, obtidos por meio de uma análise de sobrevivência feita com base na marcação e recaptura dos diferentes grupos experimentais, mostraram que remover a cor azul da face dorsal das asas não resultou em uma diferença na sobrevivência dos indivíduos. Provavelmente isso ocorreu porque a "crypsis" em ambas as faces das asas dificultou a perseguição e captura das borboletas durante o voo. Por outro lado, a adição de uma faixa azul na face ventral fez com que os indivíduos sobrevivessem menos, uma vez que a defesa fornecida pela coloração dinâmica foi anulada pela presença do azul em ambas as faces das asas durante o voo. Por fim, indivíduos com a faixa azul pintada na face ventral, apesar de se tornarem mais conspícuos, não foram mais atacados na serapilheira, onde a predação é rara. Em conclusão, este estudo fornece a primeira evidência experimental, em condições naturais, de que a coloração dinâmica em borboletas pode reduzir a predação por aves insetívoras (AU)

Processo FAPESP: 20/06756-3 - A importância do padrão de coloração de Morpho helenor (Nymphalidae: Morphinae) na redução da predação por aves: uma abordagem experimental
Beneficiário:Aline Vieira e Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado