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Poder e violência política no reinado de Carlos, o Calvo

Texto completo
Autor(es):
Isabela Alves Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcelo Candido da Silva; Laurent Jégou; Sylvie Marie Danielle Joye; Victor Borges Sobreira
Orientador: Marcelo Candido da Silva
Resumo

O objetivo desta pesquisa é de analisar o papel da violência política no governo de Carlos, o Calvo, o rei da dinastia carolíngia entre 838-877 na porção ocidental do Império. O estudo se concentra na violência associada à competição por poder no século IX, envolvendo o rei do Oeste, os outros governantes carolíngios e os membros da alta aristocracia, em disputas pelo controle de regiões; pelo título imperial; pela sucessão ao trono e por postos na administração. A hipótese do trabalho é de que, frente aos conflitos familiares carolíngios, bem como ao problema da infidelidade aristocrática, Carlos, junto a apoiadores, sustentou diversas práticas de violência política contra os seus oponentes. Defende-se, aqui, que isso visava assegurar o controle sobre a sucessão ao trono; o governo de regiões rebeldes; a manutenção da integridade do reino e ainda a sua expansão. Essa atitude do rei contrariava, todavia, uma tradição carolíngia de valorização da misericórdia no exercício do poder monárquico e a preocupação de líderes como Carlos Magno e Luís, o Piedoso em impedir o emprego de punições entre os membros da dinastia. Esta pesquisa pretende analisar a natureza das práticas violentas de Carlos, em que contexto foram aplicadas e como foram interpretadas pelos contemporâneos. Para isso, estuda-se o léxico e o tratamento da violência política em três obras produzidas no século IX a Oeste do Império: os Anais de Saint-Bertin, redigidos pelo bispo Prudêncio de Troyes e pelo arcebispo Hincmar de Reims; o Manual de Duoda, redigido por uma aristocrata do Sudeste da Francia e as Histórias de Nitardo, um conselheiro, historiador e guerreiro de Carlos. O estudo comparativo dessas obras permite analisar o fenômeno da violência a partir de pontos de vista diversos, entre escritores que tiveram relações diferentes com o rei. A partir das justificações ou críticas dadas às ações violentas régias, ainda é possível depreender as funções, os direitos e os deveres que os escritores associaram ao poder monárquico no período de Carlos (AU)

Processo FAPESP: 19/10287-1 - Poder e violência no reinado de Carlos, o Calvo
Beneficiário:Isabela Alves Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado