Busca avançada
Ano de início
Entree


Capacidade para o trabalho, violência e intenções de abandono entre trabalhadores de enfermagem

Texto completo
Autor(es):
Maiara Bordignon
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Enfermagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Inês Monteiro; Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi; Marta Regina Cezar Vaz; Heleno Rodrigues Corrêa Filho; Pedro Fredemir Palha
Orientador: Maria Inês Monteiro
Resumo

O conhecimento dos trabalhadores de enfermagem e suas habilidades profissionais tornam-lhes uma equipe com presença indispensável nas instituições de saúde. Entretanto, a literatura destaca que recrutar e reter estes trabalhadores é atualmente um desafio para várias nações e, neste contexto, a violência no trabalho e a capacidade para o trabalho são fatores investigados, sobretudo no exterior. O objetivo geral foi analisar a violência no contexto laboral e suas implicações na capacidade para o trabalho entre trabalhadores de enfermagem. Os objetivos específicos foram: (i) caracterizar a amostra estudada, segundo perfil e aspectos do trabalho; (ii) avaliar a ocorrência de violência no contexto laboral, a capacidade para o trabalho e aspectos em torno das intenções de abandono entre trabalhadores de enfermagem; (iii) identificar potenciais associações da violência com a capacidade para o trabalho; (iv) verificar potenciais associações da violência e da capacidade para o trabalho com a intenção do trabalhador deixar a instituição com a qual mantém vínculo formal de trabalho, a unidade e a profissão; e, (v) realizar revisão integrativa da literatura com foco na gestão da violência no trabalho na enfermagem para apoiar instituições na implementação de medidas contra este fenômeno. O estudo transversal foi desenvolvido com 267 trabalhadores de enfermagem de sete unidades de urgência e emergência, três instituições e dois estados do Brasil. Os trabalhadores responderam questionários e os dados foram analisados empregando-se a estatística descritiva, testes estatísticos, modelos de regressão linear generalizado e de Poisson e modelos esquemáticos. A maioria era técnico/auxiliar (73%), mulher (79,8%) e com 30–39 anos de idade (38,9%; 21–68). Mais da metade (61,6%) sofreu violência no trabalho (abuso verbal, assédio sexual e/ou violência física) nos últimos 12 meses e 73,6% testemunharam ao menos uma vez. Dos trabalhadores, 46,8% apresentaram boa capacidade para o trabalho. A intenção em deixar a unidade e a profissão foi, em média, 2,9 e 2,2 respectivamente, assim como 80,2% possuíam baixa intenção em deixar a instituição. Quem sofreu violência no trabalho estava menos propenso a apresentar capacidade para o trabalho boa/ótima e mais propenso a ter maior intenção em deixar a unidade e instituição, em relação aos que não sofreram. Aqueles que sofreram dois tipos ou mais de violência no trabalho estavam mais propensos a apresentarem maior intenção em deixar a profissão, comparado aos que não sofreram. O aumento da capacidade para o trabalho diminuiu a probabilidade de apresentar maior intenção em deixar a unidade e profissão. Finalmente, considerando os resultados do estudo com trabalhadores desenvolveu-se uma revisão integrativa da literatura no CINAHL, MEDLINE e Proquest Central para avaliar a aplicabilidade da simulação como estratégia para apoiar estudantes e trabalhadores de enfermagem a lidarem com a violência no trabalho. Concluiu-se, pelos testes simples e modelos de regressão, que a violência no trabalho pode prejudicar a capacidade para o trabalho e ambas podem levar à intenção em deixar a unidade, instituição e profissão. A revisão indicou que a simulação pode ser útil para intervenção contra a violência, mas evidências ainda precisam ser construídas (AU)

Processo FAPESP: 16/06128-7 - Capacidade para o trabalho, violência e intenções de abandono entre trabalhadores de enfermagem
Beneficiário:Maiara Bordignon
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto