Estudo metaloproteômico do tecido hepático e plasma de frangos de corte suplementados com cobre e manganês

Autor(es)

Renata Aparecida Martins

• Tipo de documento: Tese de Doutorado
• Imprenta: Botucatu. 2023-04-13.
• Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Botucatu
• Data de defesa: 2023-03-28
• Orientador: Pedro de Magalhães Padilha

Resumo

O cobre e o manganês são essenciais para o metabolismo normal de todos os animais. A ausência desses minerais nas dietas de frangos de corte prejudica vários processos bioquímicos e fisiológicos afetando substancialmente a saúde das aves. Portanto, a suplementação dietética de microminerais é fundamental para manter a produtividade na avicultura. Contudo, nem todas as fontes de suplementação disponíveis no mercado apresentam características adequadas que favoreçam a absorção de minerais. Este fato impulsiona a realização de numerosos estudos para avaliar quais fontes apresentam maior biodisponibilidade mineral. Porém, até o momento nenhum estudo avaliou os efeitos de diferentes fontes e níveis de cobre e manganês sobre a regulação de proteínas. Dessa forma, a presente tese foi dividida em dois capítulos principais (Artigo 1 e 2) correspondendo aos estudos proteômicos no tecido hepático e plasma de frangos corte. Artigo 1 – O objetivo com o estudo foi avaliar o proteoma hepático de frangos de corte suplementados com duas fontes (sulfato e hidroxicloreto) e dois níveis de cobre (15 e 150 mg kg-1) e manganês (80 e 120 mg kg-1) utilizando ferramentas metaloproteômicas. Foram considerados quatro tratamentos: S15-80 (15 mg kg-1 de CuSO4 e 80 mg kg-1 de MnSO4); S150-120 (150 mg kg-1 de CuSO4 e 120 mg kg-1 de MnSO4); H15-80 (15 mg kg-1 de Cu(OH)Cl e 80 mg kg-1 de Mn(OH)Cl); e H150-120 (150 mg kg-1 de Cu(OH)Cl e 120 mg kg-1de Mn(OH)Cl). Para o estudo foram feitos quatros pools a partir de amostras de fígado de 10 aves/tratamento. As proteínas foram fracionadas utilizando eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida (2D-PAGE) e a análise de expressão dos spots proteicos foi realizada por meio do software ImageMaster Platinum v.7.0. Os spots diferencialmente expressos foram excisados dos géis e digeridos para mapeamento do Cu e Mn por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GFAAS). A quantificação dos minerais nas amostras de fígado e pellets proteicos foi realizada por espectrometria de absorção atômica em chama (FAAS). A identificação das proteínas dos spots associados ao Cu e Mn foi realizada por espectrometria de massas em sequência acoplada com cromatografia líquida (LC-MS/MS). 19 spots foram associados ao Cu, 10 spots ao Mn, e 5 spots ao Cu e Mn concomitante. As concentrações de Cu e Mn no fígado, pellets e spots proteicos sugerem maior biodisponibilidade das fontes hidroxicloretos em relação aos sulfatos. A análise proteômica demonstrou indução das proteínas de choque térmico (HSPs) e das glutationas-s-transferases (GSTs) em frangos de corte suplementados com níveis mais altos de Cu e Mn, sugerindo o envolvimento dessas proteínas na tolerância e estresse por metais. Artigo 2 - O objetivo foi avaliar os efeitos da suplementação de duas fontes (sulfatos e hidroxicloreto) e dois níveis de Cu (15 e 150 mg kg-1) e manganês (80 e 120 mg kg-1) sobre o proteoma plasmático de frangos de corte. Foram avaliados quatro grupos experimentais: S15-80; S150-120; H15-80; e H150-120. A partir de amostras de plasma obtida de cada ave do mesmo tratamento foram feitos quatro pools considerando 10 aves por grupo. O fracionamento do proteoma plasmático foi realizado por 2D-PAGE. A análise de expressão dos spots proteicos foi realizada utilizando o software ImageMaster Platinum v.7.0. Os spots diferencialmente expressos foram extraídos dos géis para identificação das proteínas por LC-MS/MS. As determinações de Cu e Mn nas amostras e pellets proteicos de plasma foi realizada por FAAS. Os grupos S150-120 e H150-120 apresentaram maiores concentrações de Cu e Mn nas amostras e pellets proteicos quando comparados aos grupos S15-80 e H15-80 (P<0.05). O grupo H15-80 apresentou maior concentração de ambos os minerais quando comparado ao grupo S15-80, sugerindo maior biodisponibilidade da fonte hidroxicloreto. Foram caracterizados 31 spots proteicos diferencialmente expressos entre os grupos, demonstrando que a suplementação de níveis elevados de Cu e Mn promovem mudanças no nível de expressão de proteínas envolvidas principalmente nas vias da homeostase. (AU)

• Processo FAPESP: 19/13516-1 - Estudo metaloproteômico do tecido hepático e plasma de frangos de corte suplementados com cobre e manganês
• Beneficiário: Renata Aparecida Martins
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado