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Respostas fisiológicas e comportamentais de pequenos animais ectotérmicos a variações térmicas no espaço e no tempo

Texto completo
Autor(es):
Gustavo Adolfo Agudelo Cantero
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Carlos Arturo Navas Iannini; Rodrigo Cogni; Paula Cabral Eterovick; Mirco Solé Kienle
Orientador: Carlos Arturo Navas Iannini
Resumo

As mudanças climáticas (MC) estão alterando a magnitude, frequência e previsibilidade de eventos extremos, modificando médias históricas em todo o mundo. No entanto, o estudo das respostas biológicas às MC tem priorizado os efeitos das alterações nas condições climáticas médias, as quais são raramente experimentadas pelos organismos. Então, nossa compreensão das respostas dos organismos à variação climática permanece limitada. Esta tese de Doutorado contribui para preenchermos essa lacuna do conhecimento ao estudar as respostas fisiológicas e comportamentais usadas por pequenos organismos ectotérmicos a variações térmicas no espaço e no tempo. Os resultados aqui incluídos responderam três perguntas: (1) Quanta diversidade térmica microclimática utilizável por larvas de anuros pode existir em microhabitats aquáticos em escala local? (2) A diversidade térmica microclimática em escala local promove variação interespecífica no CTmax de larvas de anuros na mesma escala espacial? (3) Que estratégias comportamentais são usadas mosca-das-frutas (Drosophila melanogaster) ao navegar por paisagens térmicas extremas? Encontramos que a complexidade do habitat gerou alta diversidade térmica microclimática utilizável para larvas de anuros dentro de um pequeno pedaço da Mata Atlântica Brasileira. Especificamente, os corpos d\'água filtraram variações térmicas locais de maneira diferente, dadas diferenças em suas características estruturais (p.ex., temporalidade, movimento da água) e cobertura de dossel associada. Este último fator, em particular, foi um modulador muito importante da diversidade microclimática, porque os corpos d\'água dentro da floresta foram em geral menos variáveis termicamente em relação a contrapartes em áreas abertas. Além disso, as larvas de uma assembléia de anuros que habitam nossa área de estudo exibiram alta diversidade de CTmax e a variação interespecífica refletiu à exposição microclimática mais do que as relações filogenéticas. Ou seja, as espécies foram mais semelhantes em seu CTmax de acordo com onde as larvas se desenvolvem e não quão próximas as espécies estão na filogenia. As espécies mais tolerantes ao calor foram aquelas que habitam os corpos d\'água mais quentes em áreas abertas e, por esse motivo, também são as mais vulneráveis ao aquecimento. Por outro lado, as mosca-das-frutas exibiram diversas respostas comportamentais quando navegaram em paisagens térmicas extremas, e não apenas termofobia. As estratégias comportamentais variaram no nível da população e exibiram potencial evolutivo distinto quando expresso em paisagens térmicas extremamente quentes ou frias. Coletivamente, os resultados incluídos nesta tese mostram que variações térmicas espaciais e temporais em escalas relevantes para os organismos favorecem a diversidade fisiológica e comportamental entre as espécies e dentro das populações. Compreender essa diversidade, o que a promove, e sua vulnerabilidade às MC, é crucial para proteger o futuro da vida no Antropoceno. (AU)

Processo FAPESP: 18/11673-0 - Relação entre as variações térmicas, sua previsibilidade e os limites térmicos superiores de larvas de anuros: uma abordagem integrativa
Beneficiário:Gustavo Adolfo Agudelo Cantero
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado