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O desenvolvimento de repertórios verbais na educação infantil: desafios e possibilidades de intervenção com o desenho universal para a aprendizagem

Texto completo
Autor(es):
Claudia Daiane Batista Bettio
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Andreia Schmidt; Iasmin Zanchi Boueri; Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni; Lidia Maria Marson Postalli
Orientador: Andreia Schmidt
Resumo

O desenvolvimento de repertórios verbais depende de um complexo conjunto de variáveis. Por isso, esse processo não se dá das mesmas formas e na mesma velocidade para todas as crianças. Essas diferenças demandam que a Educação Infantil seja um contexto propício para que os alunos, com suas diferentes características, desenvolvam repertórios verbais. Mas, isso depende do arranjo de contingências de ensino adequadas a todos os alunos pelas professoras, o que tem sido um desafio. Portanto, esta tese teve como objetivo caracterizar o desenvolvimento de repertórios verbais de crianças pré-escolares e avaliar dois formatos de intervenção com professoras de educação infantil, auxiliando-as a desenvolver estratégias inclusivas para o desenvolvimento de repertórios verbais de crianças que compõem classes heterogêneas, com base nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), e verificar os efeitos dessa intervenção sobre os comportamentos das professoras em ambiente natural de ensino. Foram conduzidos três estudos: no primeiro, realizou-se uma caracterização do desenvolvimento de repertórios verbais de 173 crianças (29-68 meses), relacionando diferentes medidas; o segundo avaliou os efeitos de um acompanhamento individualizado com quatro professoras de Educação Infantil; e o terceiro avaliou uma intervenção em grupo e online com 17 professoras. Ambas as intervenções foram analisadas com base em dados observacionais sobre o uso de estratégias embasadas no DUA pelas professoras, e o Estudo 3 também avaliou os planejamentos de aula. O Estudo 1 indicou que a maioria das crianças teve desempenhos esperados para suas faixas etárias, mas houve grande variabilidade, mesmo entre aquelas com desempenhos \"dentro da faixa da normalidade\" de acordo com o teste padronizado; e esclareceu relações de testes padronizados com medidas não padronizadas sobre linguagem, características das crianças e de seus cuidadores. O Estudo 2 identificou que a intervenção, composta por um workshop e três meses de consultoria colaborativa, teve um efeito bastante discreto sobre a frequência com que as participantes utilizavam estratégias coerentes com o DUA para ensinar repertórios verbais. No Estudo 3, a intervenção se deu por meio de um curso, seguido de seis encontros síncronos online e em grupo. Essa formação continuada teve poucos efeitos para a elaboração de planos de ensino, mas permitiu que as professoras do grupo experimental conduzissem aulas mais coerentes com seus planejamentos. São discutidas as possibilidades e dificuldades de formações continuadas com professoras e a importância de adotar medidas observacionais, que garantam resultados mais fidedignos sobre os impactos das intervenções. Destaca-se a importância de que professores de Educação Infantil arranjem contingências de ensino propícias para o desenvolvimento de repertórios verbais de seus alunos e as lacunas existentes na formação inicial e continuada desses profissionais, que vão à contramão desse propósito. (AU)

Processo FAPESP: 19/13179-5 - Intervenção com professores de educação infantil sobre estratégias para desenvolvimento de repertórios verbais em crianças
Beneficiário:Claudia Daiane Batista Bettio
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado