Busca avançada
Ano de início
Entree


Infraestrutura verde: efeitos microclimáticos para adaptação à mudança do clima e a saúde das plantas em um cenário de aquecimento urbano

Texto completo
Autor(es):
Daniel Felipe Outa Yoshida
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/SBI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Denise Helena Silva Duarte; Maria Solange Gurgel de Castro Fontes; Humberto Ribeiro da Rocha
Orientador: Denise Helena Silva Duarte
Resumo

As mudanças climáticas são acompanhadas pelo aumento das temperaturas e pelo aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor, fenômenos estes que são amplificados nas áreas urbanas. Devido ao potencial microclimático da infraestrutura verde, ela se torna uma importante estratégia para adaptação à mudança do clima nas cidades. Sendo assim, esta pesquisa quantifica os efeitos da infraestrutura verde no microclima urbano nas condições climáticas atuais e nas projeções climáticas futuras na cidade de São Paulo, respondendo às seguintes perguntas: 1) Tomando como base o contexto urbano e climático da cidade de São Paulo, quais são os efeitos microclimáticos e de conforto térmico0020da infraestrutura verde na cidade, no clima atual e futuro? 2) Como a infraestrutura verde reagirá frente ao aumento das temperaturas, do ponto de vista da saúde das plantas, e quais os impactos nos efeitos microclimáticos das mesmas? Para tanto, este trabalho utiliza a classificação Local Climate Zones - LCZ para a morfologia urbana, alguns parâmetros microclimáticos e de vegetação coletados em campo, as projeções climáticas futuras do IPCC AR5 / RCP 8.5 da plataforma PROJETA/INPE e o modelo microclimático de alta resolução ENVI-met V5, para simular os efeitos microclimáticos da vegetação em diferentes cenários e, também, a vitalidade das plantas. O tipo de infraestrutura verde utilizada nas simulações é arborização viária. De maneira geral, para as LCZ 3, 6 e 8, as mais comumente encontradas em São Paulo, nos horários mais quentes do dia a vegetação reduziu a temperatura do ar em até 0,72°C no clima atual, até 0,5°C no clima futuro 2079-2099, com praticamente nenhuma redução no dia de calor mais extremo, em novembro de 2099. Ao mesmo tempo, a vegetação reduziu a temperatura radiante média em até 14°C no clima atual e até 8°C nas projeções climáticas futuras; a temperatura de superfície também foi reduzida em até 14°C no clima atual e até 13°C nas projeções futuras. Em todas as simulações os índices de conforto PET e TEP atingem níveis de desconforto térmico de calor e muito calor, podendo atingir sensações térmicas muito altas, 60°C para PET e próximo disso em TEP, no pior cenário climático. No entanto, a presença da vegetação nas simulações reduziu os valores PET e TEP, em média, em 5 °C no clima atual, em 4,5°C no clima futuro 2079-2099 e em 2,5°C no dia de calor mais extremo, em novembro de 2099. Houve mudança de sensação térmica de muito calor para calor dentro de TEP com a presença da vegetação no cenário atual. Como um indicador da saúde das plantas frente ao aquecimento urbano, a temperatura da folha, em média, atingiu 28°C no clima atual, 31°C no clima futuro 2079-2099 e até 48°C no dia de calor mais extremo, sugerindo, neste último caso, a cessação da evapotranspiração e o risco de danos irreversíveis à vegetação. Frente aos resultados, fica evidente que a vegetação reduz o aquecimento e melhora a sensação de conforto térmico urbano, principalmente diurno; no entanto, há limitações nos efeitos microclimáticos da vegetação, principalmente quando esta é submetida a altas temperaturas. (AU)

Processo FAPESP: 20/01610-0 - Infraestrutura verde: efeitos microclimáticos para adaptação ao clima e a saúde das plantas em um cenário de aquecimento urbano
Beneficiário:Daniel Felipe Outa Yoshida
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado