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O perfil do administrador que a empresa precisava: mobilidade social, escrita de si e marcadores de diferenças na trajetória de Antônio Arantes (Salvador/BA - 1930-2009)

Texto completo
Autor(es):
Lucas Porto Marchesini Torres
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Teixeira da Silva; Ricardo Figueiredo Pirola; Claudio Henrique de Moraes Batalha; John David French; Antonio Luigi Negro
Orientador: Fernando Teixeira da Silva
Resumo

Esta tese analisa a trajetória de Antônio Honorato de Arantes Filho (1930-2009), um trabalhador pardo, com baixo letramento, que logrou destacado sucesso profissional, ascendendo à classe média de Salvador (BA) antes de que surgisse ali uma chamada classe média negra. Em 1946 ele começou a trabalhar como servente na fiação da fábrica Boa Viagem, a mesma têxtil em que sua mãe trabalhara como tecelã. Vinte anos depois, possuindo apenas o curso ginasial, Arantes recebia um dos maiores salários da fábrica e trabalhava no prestigiado setor comercial. Pouco antes de a Boa Viagem falir, ele negociou a sua demissão e foi trabalhar no ramo da construção civil, um dos mais importantes da economia local de então, com um salário ainda maior. Arantes trabalhou neste ramo por mais de duas décadas e em seguida, na sua última experiência profissional, ele administrou trabalhadores da Fazenda Cajuba, um vigoroso empreendimento agroindustrial no interior da Bahia. Antônio Arantes se aposentou em meados dos anos 1990, dono de dois imóveis quitados e desfrutando de uma condição financeira relativamente estável. Pouco antes de falecer, ele se sentiu inspirado a redigir a sua biografia, as Memórias de um idoso no século XXI (2006), um manuscrito inédito que, se analisado junto com outras fontes de seu acervo familiar (cartas, fotos, documentos pessoais), oferece uma visão única sobre as dinâmicas de cor, sobre seus vínculos de classe e sobre a imagem que ele cultivou sobre si, tanto ao longo da vida, quanto na maturidade. A tese analisa os esforços de um trabalhador não-branco para ascender socialmente e as maneiras como ele lidou com conquistas e desafios ao longo de sua vida. A pesquisa que abasteceu a tese se pautou no olhar a posteriori que Arantes lançou sobre sua trajetória e em muitas outras fontes que ampliam tal perspectiva, como processos crimes, fontes empresariais e dezenas de entrevistas (AU)

Processo FAPESP: 17/01705-9 - Movimentos sociais em disputa: repressão, lutas e experiências dos trabalhadores em Salvador (1947-1964)
Beneficiário:Lucas Porto Marchesini Torres
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado