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A exposição ao enriquecimento ambiental durante a gestação reduz os prejuízos causados pelo etanol no comportamento materno e no desenvolvimento da prole em camundongos.

Texto completo
Autor(es):
Priscila Marianno
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/SDI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Rosana Camarini; Maria Martha Bernardi; Carlos Eduardo Neves Girardi; Carolina Demarchi Munhoz
Orientador: Rosana Camarini
Resumo

O consumo de álcool durante a gestação constitui um grave problema de saúde pública, uma vez que ele ultrapassa a barreira placentária e afeta o desenvolvimento embrio-fetal. Além dos efeitos diretos da exposição ao álcool no feto, o consumo durante a gestação também pode interferir no cuidado que a mãe expressa com o filhote, já que a droga parece interromper a interação entre eles, e reduzir a liberação materna de ocitocina (OT). Já o enriquecimento ambiental (EA) durante a gestação parece aumentar os comportamentos direcionados aos filhotes e também tem se mostrado capaz de modular o sistema ocitocinérgico. O objetivo do estudo foi avaliar a exposição ao EA (24h ou 3h por dia), durante a gestação, sobre os efeitos do álcool no comportamento materno, e no desenvolvimento e comportamentos da prole. Para isso, camundongos Swiss fêmeas foram divididas em quatro grupos: alojadas em gaiolapadrão e tratadas com água (CT-NE); alojadas em gaiola-padrão e tratadas com etanol (3 g/kg; EtOH-NE); alojadas em EA e tratadas com água (CT-EA); e alojadas em EA e tratadas com etanol (EtOH-EA). As fêmeas foram introduzidas no EA durante a gestação e o tratamento com etanol foi realizado por gavagem do dia de gestação (GD) 15 ao dia pós-natal (PND) 10. O comportamento materno foi avaliado no PND3 logo após o tratamento com etanol e no PND4, imediatamente antes do tratamento. A prole foi avaliada quanto ao desenvolvimento físico e reflexológico além dos seguintes comportamentos: interação social, comportamento tipo ansioso, consumo de etanol e atividade locomotora durante a adolescência; e o comportamento de agressividade na idade adulta, em machos e fêmeas. Ainda, foi avaliada a concentração plasmática de OT, o número de células imunorreativas à OT no núcleo paraventricular, e a expressão gênica da OT e seu receptor no hipotálamo. Mães do grupo EtOH-NE mostraram redução no comportamento materno, o qual foi atenuado pela exposição ao EA (grupo EtOH-EA). Foi encontrada uma redução na OT plasmática nas mães do grupo EtOH-NE, além de um maior número de células imunorreativas à OT e maior expressão gênica do peptídeo no hipotálamo das mães expostas ao EA. Em relação à prole, os descendentes do grupo EtOH-NE, tanto machos quanto fêmeas, apresentaram um atraso no desenvolvimento e menor interação social. Além disso, nos machos, foi observado um aumento da agressividade; e nos filhotes fêmeas, um aumento do consumo de etanol, menor agressividade maternal e menor atividade locomotora. Esses comportamentos não foram observados nos descendentes do grupo EtOH-EA. Assim, os resultados mostraram que a exposição ao etanol durante a gestação e lactação reduziu o comportamento materno, prejudicou o desenvolvimento da prole e induziu efeitos deletérios em comportamentos sociais, no consumo de etanol e atividade locomotora. Esses prejuízos foram atenuados quando as mães foram expostas ao EA durante a gestação. (AU)

Processo FAPESP: 17/13756-7 - Estudo da exposição ao enriquecimento ambiental durante a gestação sobre os efeitos do álcool no comportamento materno e no desenvolvimento da prole de camundongos
Beneficiário:Priscila Marianno
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado