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Papel da microbiota intestinal na infecção por SARS-CoV-2

Texto completo
Autor(es):
Patrícia Brito Rodrigues
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marco Aurélio Ramirez Vinolo; Carmen Veríssima Ferreira; Renata Sesti Costa; Juliana Terzi Maricato; Jaqueline Goes de Jesus
Orientador: Marco Aurélio Ramirez Vinolo
Resumo

Pacientes infectados com SARS-CoV-2 apresentam alterações significantes na composição e funcionalidade da microbiota, quadro esse chamado de disbiose associada a COVID-19. Essas alterações têm sido associadas com menores concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), metabólitos microbianos que atuam na comunicação entre a microbiota e as células do hospedeiro, incluindo os componentes do sistema imunológico do hospedeiro. No entanto, a relevância da microbiota intestinal bem como de seus compostos imunomoduladores frente à infecção pelo SARS-CoV-2 ainda não está bem estabelecida. Desta forma, a proposta do trabalho foi investigar o efeito do tratamento com AGCCs e o impacto da redução da carga microbiana intestinal durante a infecção por SARS-CoV-2. Para isso, utilizamos modelo in vitro com biópsias intestinais e linhagem de células epiteliais intestinais humanas para avaliar o efeito dos AGCCs na infecção por SARS-CoV-2. Em seguida, analisamos in vivo, com camundongos K18-hACE2, a relevância da depleção da microbiota após o tratamento com antimicrobianos em respostas clínicas e imunológicas à infecção por SARS-CoV-2. Além disso, comparamos os efeitos da infecção pela variante gama (P.1) versus à infecção por SARS CoV-2 ancestral (B.1) nas alterações da microbiota intestinal. Nossos resultados indicaram que os AGCCs, quando adicionados in vitro, apesar de reduzirem a expressão de proteínas importantes para a entrada e reconhecimento do vírus na célula hospedeira como TMPRSS2 e DDX58, respectivamente, não impactaram na carga viral em células epiteliais ou biópsias intestinais. No modelo animal de infecção por SARS-CoV 2 demonstramos que a depleção da microbiota intestinal por tratamento agudo com antimicrobianos orais de amplo espectro, não alterou a sobrevida pós-infecção e teve apenas efeitos pontuais na resposta imune ao SARS-CoV-2 indicando que, nestas condições, a alteração da microbiota pelos antimicrobianos não interfere no desenvolvimento da doença. Por fim, observamos que a infecção pela variante gama em K18-hACE2 induziu alterações em componentes da barreira intestinal e na composição da microbiota que são mais evidentes do que no caso da infecção pela cepa ancestral. Nós hipotetizamos que estas alterações tenham relação com a gravidade e infecção do sistema nervoso pelo vírus. Em suma, neste trabalho mostramos que, nas condições testadas, alterações agudas da microbiota intestinal ou suplementação in vitro com metabólitos da microbiota, AGCCs, não alteraram a resposta à infecção por SARS-CoV-2. Também mostramos dados que indicam que as diferentes cepas de SARS-CoV-2 impactam de modo diferente a microbiota intestinal e aspectos relacionados à função de barreira do intestino, o que pode ser relevante para as diferenças clínicas entre as mesmas (AU)

Processo FAPESP: 19/14342-7 - Comparação do tropismo e patogenicidade da variante gama versus SARS Cov-2 original em camundongos K18-ACE2 humanizado: papel da microbiota intestinal
Beneficiário:Patrícia Brito Rodrigues
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado