Busca avançada
Ano de início
Entree


O impacto das ondas de frio e de calor na mortalidade em São Paulo: uma análise espaço-temporal do excesso de mortalidade de pessoas com 65 anos ou mais de idade

Texto completo
Autor(es):
Sara Lopes de Moraes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ligia Vizeu Barrozo; Gabriela Marques di Giulio; Nelson da Cruz Gouveia; João Viljoen de Vasconcelos
Orientador: Ligia Vizeu Barrozo; Ricardo Jorge Meireles Almendra
Resumo

O impacto dos eventos extremos de temperatura do ar na saúde tornou-se uma das principais preocupações de saúde pública do século XXI. Estudos apontam que a ocorrência das ondas de frio e de calor representam um fator de risco importante, pois contribuem diretamente e indiretamente no aumento da mortalidade, especialmente entre pessoas com 65 anos ou mais de idade que vivem em megacidades. Em São Paulo, a população está envelhecendo cada vez mais e importantes desigualdades socioeconômicas e ambientais podem contribuir para o aumento da mortalidade relacionada aos eventos extremos de temperatura do ar. Portanto, o principal objetivo dessa tese é avaliar e estimar a relação entre os eventos extremos de temperatura do ar (ondas de calor e ondas de frio) e a mortalidade de pessoas com 65 anos ou mais de idade que vivem em São Paulo, levando em consideração o contexto socioeconômico e a Ilha de Calor Urbano (ICU). Para alcançarmos o objetivo proposto utilizamos dados secundários de diversas fontes e em diferentes escalas de análise, incluindo: dados diários de temperatura média do ar, umidade relativa, poluição do ar, óbitos e variáveis demográficas e socioeconômicas. Utilizamos modelos epidemiológicos de séries temporais (Distributed Lag Models) e espaciais e calculamos a mortalidade atribuída por meio da avaliação de impacto à saúde. Para estimar a mortalidade atribuída ao calor e à ICU quantificamos a intensidade da ICU por meio modelo Weather Research & Forecasting (WRF) para simular a temperatura do ar de 2 m de altitude com uma resolução de 1 km x 1 km para os cenários \'Urbano\' e \'Rural\'. Ademais, consideramos o rendimento médio mensal das pessoas responsáveis em três classes de análise: baixa renda, classe média e alta renda. Os primeiros resultados dessa pesquisa mostram uma associação estatisticamente significativa entre a mortalidade por causas específicas (cardiovasculares e respiratórias) e a ocorrência dos eventos extremos de temperatura do ar tanto de frio quanto de calor. É importante destacar que quanto mais intensas e prolongadas são as ondas de calor, maior é o risco de mortalidade entre as pessoas com 65 anos ou mais. De a cordo com a literatura, diferentes fatores de risco estão associados ao alto risco de mortalidade durante ondas de frio e de calor. Nesse sentido, verificamos se o ambiente construído (ICU) e as condições de rendimento na escala intraurbana desempenham um papel importante nesse alto risco de mortalidade encontrado durante a ocorrência de ondas de frio e calor em São Paulo. Por conseguinte, nossas estimativas sugerem que óbitos associados ao calor durante uma onda de calor específica (ocorrida entre 26 de janeiro e 9 de fevereiro de 2014) podem ser atribuídos a intensidade da ICU, sendo que as áreas classificadas como baixa renda (1,09; IC: 1,07 1,11) apresentam um risco relativo maior de mortalidade se comparado com as áreas de alta renda (1,06; IC:1,02 1,10). Nossos resultados podem contribuir para a criação e desenvolvimento de medidas políticas públicas de saúde que possam ajudar a reduzir o impacto dos eventos extremos de temperatura do ar na saúde da população e a vulnerabilidade das pessoas que residem em São Paulo (AU)

Processo FAPESP: 18/25462-0 - Eventos extremos de temperatura do ar e suas relações com a mortalidade de idosos no município de São Paulo
Beneficiário:Sara Lopes de Moraes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado