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Monoculturas arbóreas tropicais: \desertos verdes\ ou \árvores facilitadoras\ para sucessão florestal?

Texto completo
Autor(es):
Laura Helena Porcari Simões
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Pedro Henrique Santin Brancalion; Catherine Torres de Almeida; Fernando Ravanini Gardon
Orientador: Pedro Henrique Santin Brancalion; Joannès Guillemot
Resumo

Uma grande proporção de plantações de árvores na região tropical é composta por monoculturas de espécies exóticas. Além de seu papel já consolidado no fornecimento de produtos madeireiros para a indústria, monoculturas arbóreas têm sido empregadas para estimular a regeneração natural de espécies nativas, o que tem gerado controvérsias. Embora a área plantada de monoculturas de árvores ainda esteja aumentando na região tropical, também há muitas plantações que tiveram suas práticas de manejo interrompidas por razões legais, financeiras e/ou operacionais. O objetivo deste estudo é compreender até que ponto as monoculturas arbóreas não manejadas podem contribuir para a restauração da paisagem florestal promovendo a complexidade estrutural, a diversidade e a funcionalidade de espécies arbóreas nativas. Para atingir esse objetivo, esta tese foi dividida em três capítulos. No primeiro capítulo, revisamos a literatura global para avaliar o potencial de regeneração de espécies lenhosas em sub-bosques de monoculturas arbóreas tropicais, incluindo um estudo de caso do Brasil. O segundo e o terceiro capítulos se basearam em dados primários coletados em todo o estado de São Paulo, Brasil. No segundo capítulo, avaliamos como a diversidade e a estrutura de espécies lenhosas nativas regenerantes diferem em plantações de eucalipto não manejadas e florestas secundárias em função da idade e de fatores locais, paisagísticos e climáticos. No terceiro capítulo, avaliamos como a idade do povoamento, os estratos do dossel, o macroclima e as características do solo afetam a composição funcional de plantações de eucalipto não manejadas e florestas secundárias. Os resultados dessa tese indicam que as monoculturas arbóreas podem abrigar uma sucessão florestal substancial, embora não comparável a remanescentes florestais ou florestas secundárias. Plantações com rotações mais longas, compostas de espécies nativas e localizadas adjacentes a remanescentes florestais abrigam mais espécies. A idade do povoamento influencia tanto os atributos de diversidade quanto os atributos estruturais de plantações de eucalipto não manejadas, pois tendem a abrigar maior diversidade de espécies lenhosas nativas ao longo do tempo. No entanto, o tempo foi menos importante para a composição funcional das espécies lenhosas nativas regenerantes ao considerar as médias ponderadas da comunidade em diferentes estratos do dossel. Fatores climáticos foram relevantes para a diversidade e composição funcional das espécies nativas regenerantes em plantações de eucalipto e em florestas secundárias, porém foram pouco relevantes para os atributos estruturais. Combinadas com outras estratégias de restauração, as monoculturas arbóreas não manejadas podem ser importantes aliadas para aumentar a conectividade e a resiliência da paisagem, além de poderem proporcionar benefícios financeiros. (AU)

Processo FAPESP: 19/21920-7 - Avaliação dos determinantes da recuperação florestal por meio de uma análise multiescala
Beneficiário:Laura Helena Porcari Simões
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto