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Território, vulnerabilidade social e resiliência frente aos desastres: uma análise nos municípios de Petrópolis e Teresópolis (RJ)

Texto completo
Autor(es):
Isabelle Salazar Vieira Alves
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Raul Reis Amorim; Maria Tereza Duarte Paes; Regina Célia de Oliveira; Liliane Matos Góes; Gustavo Barreto Franco
Orientador: Raul Reis Amorim
Resumo

Diversos estudos têm evidenciado o aumento da frequência e intensidade dos desastres, particularmente em áreas urbanas caracterizadas por crescimento desordenado, como a ocupação de áreas de risco, margens de rios e o adensamento urbano. A vulnerabilidade social, nesse contexto, é exacerbada pela ineficiência do Estado, o que acentua a exposição das populações a esses eventos, amplificando suas consequências. Os desastres, por sua vez, são agravados pela variabilidade climática e pelas mudanças climáticas. As características naturais, como o relevo e a geologia, desempenham papel fundamental na configuração dos fenômenos naturais, tais como movimentos de massa e inundações, que, ao atingirem as áreas urbanas, resultam em desastres. Os municípios de Petrópolis e Teresópolis são especialmente impactados por esses fenômenos, que se manifestam principalmente no período de verão, em função dos elevados índices pluviométricos. Tais eventos causam danos significativos, tanto sociais quanto econômicos, culminando numa realidade cruel e desabrigados a cada ano. O objetivo principal desta tese foi a criação de dois índices: um de vulnerabilidade social e outro de resiliência nos municípios de Petrópolis e Teresópolis. A vulnerabilidade social foi mensurada com base nos dados socioeconômicos do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a resiliência foi quantificada a partir dos resultados da vulnerabilidade social, da exposição ao risco de desastres e da gestão desses riscos. Para atingir esse objetivo, foram utilizadas ferramentas de geoprocessamento, como Sistema de Informações Geográficas (SIG) e a linguagem de programação R. A pesquisa incluiu, ainda, análises de dados pluviométricos e registros de ocorrências de desastres, com o intuito de compreender os fatores que influenciam a gravidade desses eventos, utilizando dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e das Secretarias de Proteção e Defesa Civil. A aplicação de questionários em setores censitários também permitiu uma avaliação das condições socioeconômicas da população e seus níveis de exposição ao risco. Os resultados indicaram que as áreas mais vulneráveis se concentram em bairros periféricos com baixa cobertura de equipamentos públicos, como CRAS, NUDECs, pontos de apoio e sirenes de alerta. A análise espacial revelou também que áreas com maior densidade populacional, histórico de desastres e ausência de planejamento urbano apresentam menor resiliência. Os dados pluviométricos e os registros de ocorrências confirmaram a relação entre a intensidade das chuvas e os danos materiais e humanos, com destaque para os eventos de 2011 e 2022. A modelagem da expansão urbana entre 2000 e 2022 mostrou a intensificação da ocupação de áreas suscetíveis. A aplicação de questionários em campo permitiu validar os mapeamentos e revelou percepções da população sobre riscos, negligência institucional e estratégias de autoproteção. A partir desses dados, espera-se que os órgãos governamentais, como as Prefeituras e as Secretarias de Defesa Civil, possam aprimorar suas estratégias de gestão de riscos, desenvolvendo ações mais eficazes para a proteção da população, a redução das perdas humanas e materiais e a promoção de um ambiente mais resiliente aos eventos climáticos extremos. Conclui-se que os índices desenvolvidos constituem ferramentas eficazes para subsidiar o planejamento territorial e as políticas públicas, contribuindo para o fortalecimento da resiliência local e para a mitigação dos impactos dos desastres (AU)

Processo FAPESP: 22/01202-5 - Vulnerabilidade socioambiental de áreas com alta ocorrência de movimentos de massa e inundações nos municípios de Petrópolis e Teresópolis, Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Beneficiário:Isabelle Salazar Vieira Alves
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto