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Ecologia de populações de Lytocaryum hoehnei (Burret) Toledo (Arecaceae) na Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP

Autor(es):
Daniela Kolhy Ferraz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP. , ilustrações.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Flavio Antonio Maës dos Santos; João L. F Batista; Silvana Buzato; Adriana Maria Zanforlin Martini; Pedro L. R. de Moraes; George John Shepherd; Fernando Roberto Martins
Orientador: Flavio Antonio Maës dos Santos
Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia
Indexada em: Base Acervus-UNICAMP; Biblioteca Digital da UNICAMP
Localização: Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca Central Cesar Lattes; T/UNICAMP; F413e; Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca do Instituto de Biologia; T/UNICAMP; F413e
Resumo

O presente estudo investigou aspectos da história natural e da ecologia da palmeira Lytocaryum hoehnei. As plantas foram acompanhadas em três áreas de ocorrência da espécie na Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP, distantes cerca de 4 km entre si, nos anos 2000, 2001 e 2002. Foram identificados quatro estádios ontogenéticos: 1) plântula: indivíduos com folhas inteiras, 2) infante: plantas com pelo menos uma folha de formato intermediário entre inteiro e pinado, 3) jovem: plantas com folhas pinadas, sem estipe visível e sem estrutura reprodutiva, 4) adulto: indivíduos com folhas pinadas, com estrutura reprodutiva e/ou estipe visível. Estes estádios corresponderam a grupos coesos de indivíduos com características semelhantes dentro dos grupos e diferentes entre os grupos. O tamanho das plantas aumentou continuamente durante a ontogenia, enquanto o tamanho e a complexidade na forma das folhas aumentou até um limite atingido nos maiores adultos. O destino das plantas no ano 2002 dependeu do tamanho das plantas no ano anterior, sendo que as plantas que morreram eram as mais baixas e as que foram recrutadas para o estádio seguinte eram as mais altas. O crescimento lento e variável entre indivíduos de mesmo estádio resultou em estimativas da idade e da duração dos estádios igualmente variáveis. As plantas que iniciaram a reprodução apresentaram aumento na taxa de produção de folhas, o que parece estar intimamente relacionado ao início e à manutenção da atividade reprodutiva. De modo geral, houve concordância entre o desenvolvimento ontogenético nas três áreas estudadas, evidenciando a existência de um caminho ontogenético predominante em L. hoehnei. No entanto, o tamanho das plântulas, jovens e adultos diferiu entre as três áreas de estudo. A exposição da copa das plantas à luz aumentou no decorrer da ontogenia, indicando uma diminuição na tolerância à sombra com o desenvolvimento das plantas. Não houve diferença no tamanho entre plantas de mesmo estádio expostas a diferentes níveis de luz, indicando que outros traços, mais sensíveis à luz, podem ser importantes para garantir a eficiência fotossintética das plantas em diferentes condições de luz. As mudanças ontogenéticas na morfologia das folhas, de inteiras para pinadas, devem resultar na redução dos custos de suporte com o aumento do tamanho das folhas. O aumento da complexidade na forma das folhas parece representar um ajuste contínuo, tornando-as mais eficientes no ambiente progressivamente mais iluminado. A distribuição espacial da densidade da palmeira e de algumas variáveis ambientais foi estudada na microescala, enquanto a relação entre a densidade e a heterogeneidade ambiental foi investigada também na escala local e na mesoescala. Sub-parcelas vizinhas apresentaram densidades semelhantes da palmeira, em nove parcelas, das doze analisadas. Em todas as parcelas pelo menos uma das sete variáveis ambientais estudadas apresentou distribuição não aleatória. Cinco parcelas tiveram a densidade da palmeira relacionada com a declividade, a altura do dossel e/ou a densidade de bambus. Foram observados o efeito negativo da densidade na mortalidade total de plantas e de plântulas e o efeito positivo da densidade no nascimento de plântulas, quando considerados os dados de todas as parcelas. Não foi detectada nenhuma correlação significativa entre a densidade de L. hoehnei e as variáveis ambientais na escala local nem na mesoescala, o que pode indicar a maior importância dos processos em microescala para regular a distribuição da palmeira na reserva. A variação espacial na estrutura e na dinâmica populacional de L. hoehnei foi estudada na escala local e na mesoescala, entre os anos 2001 e 2002. O número de indivíduos diminuiu no segundo ano de estudo, em todas as áreas. A estrutura de estádios manteve-se praticamente igual entre os anos, em cada área, apresentando diferenças entre as áreas. A sobrevivência das plantas foi superior a 80 %, aumentando ao logo da ontogenia. A taxa finita de crescimento populacional ( ) das populações de cada área e da reserva como um todo não diferiram de 1, indicando tendência à estabilidade no tamanho populacional e à persistência da espécie na reserva, caso as condições ambientais do período estudado permaneçam inalteradas. A sensibilidade de aos eventos do ciclo vital variou espacialmente. O fato de nenhuma das populações estudadas apresentar tendência significativa de aumento populacional pode indicar a necessidade de manejo para a conservação da espécie na reserva, que deve ser planejado segundo uma perspectiva metapopulacional (AU)

Processo FAPESP: 99/10794-5 - Demografia de Lytocaryum hoehnei (Burret) Toledo (Arecaceae) em uma paisagem fragmentada na região metropolitana da cidade de São Paulo
Beneficiário:Daniela Kolhy Ferraz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado