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Modelos ecologicos e processos de decisão entre pescadores artesanais do Guaruja, SP

Autor(es):
Priscila Fabiana Macedo Lopes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP. , ilustrações.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Alpina Begossi; Cristiana Simão Seixas; Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib; Renato A. M Silvano; Walter Barrella
Orientador: Alpina Begossi
Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia
Indexada em: Base Acervus-UNICAMP; Biblioteca Digital da UNICAMP
Localização: Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca Central Cesar Lattes; T/UNICAMP; L881m; Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca do Instituto de Biologia; T/UNICAMP; L881m
Resumo

O enfoque deste estudo está centrado na dinâmica da pesca artesanal de caráter comercial da Praia do Perequê, Guarujá, SP, sob a perspectiva da ecologia comportamental humana e da análise do processo de decisão por parte dos pescadores. Assim, o objetivo geral foi avaliar a dinâmica da pesca artesanal local, comparando-a a outras pescarias artesanais brasileiras, levando em conta seus aspectos sócio-econômicos, ecológicos e comportamentais, a fim de fornecer subsídios básicos, mas essenciais, para o manejo dos recursos pesqueiros locais. Os resultados de quatorze meses de estudos de campo são integrados ao longo de três capítulos através de conceitos derivados da ecologia evolutiva, tais como otimização e territorialidade, e conceitos que provêm da Teoria dos Comuns, como regimes de propriedade. Os métodos utilizados incluem entrevistas semi-estruturadas para o levantamento sócio-econômico (n=51), acompanhamento de desembarques (n=424) e de viagens de pesca (n=21) e mapeamento (pontos georreferenciados) e etnomapeamento (identificação pelos pescadores) dos principais pontos de pesca. O primeiro capítulo traz uma caracterização sócio-econômica da comunidade, analisando as similaridades e diferenças entre os dois principais grupos de pescadores: os pescadores de camarão (camaroeiros) e os pescadores de peixes. Foram registradas as principais e poucas espécies de camarão (n=2) e peixe (n=5) de interesse para a pesca, os equipamentos utilizados (e.g.: arrasto de fundo e rede de espera), a influência da migração de pescadores de outros estados para o local, especialmente os vindos da região Sul, e as interrelações econômicas e familiares que direcionam a vida local (e.g: economia centrada na pesca e comércio do camarão). O segundo capítulo aborda a pesca e o processo decisório por parte do pescador. O esforço de pesca é analisado sob a perspectiva temporal, mostrando a influência de fatores sazonais (e.g.: vento) em decisões que governam, por exemplo, o simples fato de ir ou não pescar diariamente. Além disso, é uma área de livre acesso, onde nem regras locais nem o poder público fiscalizam e limitam a exploração dos recursos, contribuindo para que o processo de decisão se dê apenas em nível individual e não comunitário. Apesar disto, alguns conflitos em função da sobreposição entre as áreas de pesca de camaroeiros e demais pescadores podem ser observados. O ultimo capítulo traz uma análise a partir da Teoria do Forrageio Ótimo, testando-se se o pescador obtem a maximização (otimização) calórica e financeira. Foram encontradas evidências de sobre-exploração de peixes, já que o pescador precisa ir cada vez mais longe para conseguir espécies que normalmente são pescadas próximas à costa. Além disso, o fato de ambos os grupos de pescadores obterem a otimização de seus ganhos calóricos e financeiros sugere um comportamento que visa somente o retorno a curto prazo, uma estratégia claramente não conservacionista. O levantamento de alguns pontos principais ao longo deste estudo no que concerne à pesca no Perequê (como migração de pescadores, conflitos sobre o direito de acesso às áreas de pesca, exploração não controlada, intensa dependência de poucos recursos) subsidia e mostra a relevância de se adotar medidas de manejo imediatas, que visem coibir ou diminuir o impacto ambiental e social que uma eventual crise dos recursos locais poderia causar. Entre tais medidas de manejo, cita-se a aplicação efetiva da legislação existente, o desenvolvimento de acordos locais próprios que visem diminuir conflitos e tornar a exploração mais sustentável, e principalmente a reforma das instituições formais e informais, as quais facilitariam a efetivação de tais medidas (AU)

Processo FAPESP: 04/07073-4 - Risco e incerteza: o uso de modelos ecológicos na pesca artesanal
Beneficiário:Priscila Fabiana Macedo Lopes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado