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Comercio de escravos do Sul para o Sudeste, 1850-1888: economias microregionais, redes de negociantes e experiência cativa

Texto completo
Autor(es):
Rafael da Cunha Scheffer
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Robert Wayne Andrew Slenes; Jefferson Cano; Beatriz Gallotti Mamigonian; Regina Célia Lima Chavier; José Flávio Motta
Orientador: Robert Wayne Andrew Slenes
Resumo

Analisando a questão do trabalho escravo em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, diversos historiadores apontaram a importância do tráfico interno para o fim da escravidão nessas províncias. O presente trabalho visa exatamente dar profundidade a esse tema, analisando o mercado de escravos em diversas cidades sulistas, na segunda metade do século XIX. Investigando o comércio local e interprovincial, procuro calcular seu volume e formas de operação, seu impacto na população cativa dessas províncias e suas conexões com uma cidade importadora dessa mão de obra no Sudeste, Campinas. Busco ainda os comerciantes envolvidos neste negócio, a maneira com que atuavam neste mercado, investigando algumas experiências como negociantes de escravos, de construção de laços e redes comerciais. Para este trabalho, desenvolvi séries com diversas fontes. Registros cartoriais de compra e venda de cativos e procurações que autorizavam a negociação desses trabalhadores foram analisados para todas as cidades selecionadas para estudo. Além disso, anúncios de compra e venda de escravos, impostos sobre a sua comercialização e diversas outras fontes oficiais foram utilizadas para elucidar as questões levantadas. Por fim, explorei fontes judiciais como processos cíveis e criminais para buscar informações complementares sobre os envolvidos nesse comércio e suas práticas. Com essa pesquisa, percebi como o mercado de escravos dessas cidades esteve ligado ao nacional. A compra de escravos nas províncias do Sul do Brasil para a revenda no Sudeste ocorreu de forma constante no período estudado, tendo seu ápice na década de 1870. Enviados em pequenos grupos através de linhas regulares de vapor ou de caminhos por terra, jovens trabalhadores do Sul chegaram em grande número para suprir a demanda de braços de Campinas e região. Diversos comerciantes se envolveram nessas transferências, na maioria das vezes desenvolvido ao mesmo tempo que outras atividades comerciais. O volume desse comércio de escravos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para o Sudeste foi importante para a localidade importadora estudada, teve reflexos na sociedade escravista do Sul do Brasil, mas seu impacto sobre essas população não parece ter sido decisivo o suficiente para responder sozinho pelo declínio da mão de obra escrava X na região, sendo necessário o estudo da mortalidade e especialmente da alforria para a compreensão do fim da escravidão na região (AU)

Processo FAPESP: 07/55202-6 - Comercio de escravos do sul para o sudeste, 1850-1888: economias microregionais, redes denegociantes e experiencia cativa.
Beneficiário:Rafael da Cunha Scheffer
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado