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Fitatos em farelo de arroz estabilizado e seu efeito repressor sobre a absorção de chumbo pelo rato

Texto completo
Autor(es):
Florencia Cuneo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Engenharia de Alimentos
Data de defesa:
Membros da banca:
Jaime Amaya Farfán; Semiramis Martins Alvares Domene; Miguel Arcanjo Areas
Orientador: Jaime Amaya Farfán
Resumo

O chumbo é um metal pesado de reconhecida toxicidade em humanos e a exposição para a população em geral, por meio dos alimentos e água, continua sendo preocupação dos órgãos de saúde. O grau de absorção e acúmulo de chumbo em animais envolve múltiplos fatores fisiológicos, químicos e nutricionais. As fibras e o ácido fítico já foram apontados como agentes protetores contra a contaminação com chumbo, diminuindo a absorção gastrointestinal e a retenção do metal no organismo. O farelo de arroz, subproduto da industrialização do arroz, além de conter grandes quantidades de fibra alimentar, distingue-se por constituir uma das maiores fontes naturais de ácido fítico. Neste trabalho, descreve-se o efeito da inclusão de farelo de arroz na dieta padrão para o rato, como fonte de ácido fítico, no acúmulo de chumbo em sangue, fígado, rim e osso. As dietas foram preparadas contendo dois níveis de fibra, quatro níveis de ácido fítico e contaminadas ou não com 160mg/Kg de PbO. Utilizou-se celulose micro-cristalina nas dietas controle (C), e farelo de arroz (F) ou farelo de arroz parcialmente desfitinizado (Fd) em diferentes níveis nas dietas com fitatos. Ratos machos Wistar (2 meses, 271 g) foram usados em dois experimentos. O experimento 1, consistiu de seis grupos (n = 7 x 6) recebendo: S (basal, AIN-93G, 5% de fibra celulósica), BF (igual a B, exceto que com 17% de F em lugar de celulose, para atingir 5% de fibra insolúvel), C5 (igual a B, mas contaminada), C1 (semelhante a C5, exceto que continha só 1,2% de fibra celulósica), F5 (igual a BF, contaminada), e F1 (semelhante a F5, exceto que continha 4,7% de F fornecendo 1,2% de fibra insolúvel). O experimento 2, consistiu de três grupos (n = 7 x 3) que receberam as dietas a saber: B (Basal), F+Fd (igual a F5, exceto que a fibra era fornecida, 50% por F e 50% por Fd) e Fd (igual a F5, exceto que a fibra era fornecida por Fd). Os níveis de Pb nos tecidos foram determinados por espectrometria de emissão atômica (ICP-AES). As frações de fosfato de inositol foram determinadas por CLAE no farelo de arroz estabilizado antes e após processo de desfitinização com fitase comercial de arroz. A fração de hexafosfato de inositol (ácido fítico) constitui, independentemente do processo de estabilização e desfitinização, a fração mais abundante no farelo. O tratamento de desfitinização com fitase comercial mostrou ser pouco eficiente na remoção de ácido fítico. Os valores de Pb no osso, fígado e rim para os animais com dietas F5, F+Fd e Fd foram significativamente inferiores (P O,05) aos dos animais com dietas C5 e C1. Os níveis de chumbo acumulado em rim e fígado, mostraram que a retenção por estes órgãos foi inversamente proporcional à quantidade de fitatos na dieta. O farelo, usado no nível mais baixo (4,7%), ainda mostrou efeito protetor para o organismo, em relação à celulose. Os níveis de Pb observados nos tecidos para a dieta F1 foram significativamente inferiores (P<0,05) àqueles da dieta C1. O acúmulo nos tecidos indica que o farelo de arroz em substituição a celulose, fornece ao rato maior proteção contra o envenenamento com chumbo e sugerem que o ácido fítico é fator determinante desse efeito benéfico. (AU)

Processo FAPESP: 97/05788-0 - Efeito do consumo de farelo de arroz na deposicao organica de chumbo em ratos.
Beneficiário:Florencia Cuneo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado