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Disputas físicas e territorialidade da espécie de borboleta Actinote pellenea (Hubner, 1821) (Nymphalidae, Acraeinae)

Texto completo
Autor(es):
Márcio Romero Marques Carvalho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Woodruff Whitman Benson; André Victor Lucci Freitas; Paulo Enrique Cardoso Peixoto
Orientador: Woodruff Whitman Benson
Resumo

Os machos de várias espécies de borboletas defendem territórios de acasalamentos contra rivais da mesma espécie por meio de intensas perseguições em espirais. Tais perseguições raramente apresentam contato físico, tornando incerto como residentes obtêm vantagem territorial. No sudeste do Brasil os machos da borboleta aposemática Actinote pellenea (Nymphalidae), entretanto, defendem territórios agarrando rivais em vôo e caindo no solo em combate, indicando neste caso uma função da força física. Eu observei machos marcados de A. pellenea nos territórios com o objetivo de descrever as disputas em relação à natureza dos comportamentos, horário de ocorrência, e seus resultados. Analisei se injúrias físicas ocorreram e quais características dos machos, tais como tamanho, massa corporal, e desgaste alar (idade) poderiam relacionar-se com vitória em disputas. Avaliei o sucesso reprodutivo de machos donos de territórios (residentes) e machos sem territórios (intrusos) com base no número de cópulas realizadas por cada grupo. Realizei um experimento para analisar se a condição residente confere aos machos vantagem em vencer disputas, para isto, organizei disputas entre machos residentes previamente presos contra substitutos (intrusos) que naturalmente estabeleceram-se sobre o território vago (durante no mínimo 15 minutos). Os machos de A. pellenea começaram a defender territórios por volta das 9 h e permaneceram até aproximadamente 15:30 h. A maioria das disputas foram perseguições sem espirais (n=435; 84,3%), porém em muitas houve contatos físicos em que os rivais agarraram-se e soltaram-se no ar (n=25; 4,8%), e em que o rivais caíram no chão e lutaram (n=56; 10,8%). Danos nas asas foram arranhões com as garras, perda de escamas e em um caso perda de pedaços das asas. Os machos residentes (n=6) obtiveram mais acasalamentos do que os machos intrusos (n=2). Residentes venceram todas as disputas naturais contra intrusos, e não houve diferença de tamanho, peso ou desgaste alar de vencedores e perdedores de disputas. No experimento, residentes originais venceram 7 das 8 disputas contra residentes substitutos (intrusos). O consistente sucesso de residentes estabelecidos em territórios, até mesmo contra substitutos que aparecem durante breves ausências, sugerem que outros fatores motivacionais ou traços físicos não representados em nossas medidas são provavelmente responsáveis pelo sucesso deles em manter territórios (AU)

Processo FAPESP: 08/52354-2 - Territorialidade e disputas fisicas na borboleta actinote pellenea hubner, 1821 (nymphalidae) acraeinae).
Beneficiário:Márcio Romero Marques Carvalho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado