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Estudos anatomicos em especies de Forsteronia G.Mey. (Apocynaceae) de cerrado

Texto completo
Autor(es):
Maria Carolina Scatolin do Rio
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marilia de Moraes Castro; Solange Cristina Mazzoni Viveiros; Simone de Pádua Teixeira; Washington Marcondes Ferreira; Sandra Maria Carmello Guerreiro; Ingrid Koch; Ana Maria Goulart de Azevedo Tozzi
Orientador: Luiza Sumiko Kinoshita; Marilia de Moraes Castro
Resumo

A anatomia foliar de quatro espécies de Forsteronia que ocorrem em cerrados paulistas foi investigada com o objetivo de identificar caracteres morfo-anatômicos úteis para a identificação das espécies semelhantes em estádio vegetativo. Onze caracteres foliares foram levantados, dois macromorfológicos e nove anatômicos, permitindo diferenciar F. australis de F. glabrescens e F. pubescens de F. thyrsoidea. A anatomia das domácias e os coléteres sésseis e ramificados foram descritos pela primeira vez para órgãos vegetativos de Apocynaceae. A detecção de mucilagem na secreção dos coléteres foliares das quatro espécies confirma a identificação dessas estruturas. Os coléteres são marginais ou axilares, de acordo com a região em que se originam no primórdio foliar. Em ramos completamente desenvolvidos, os marginais são caducos e suas cicatrizes ocupam posição interpeciolar; os axilares são persistentes e posicionam-se sobre a nervura mediana na base da lâmina foliar. Em todos os tipos estruturais (padrão, séssil e ramificado), a secreção é produzida por uma epiderme em paliçada que reveste o eixo central parenquimático. Os coléteres marginais de F. glabrescens produzem inicialmente mucilagem, passando a secretar compostos fenólicos em uma segunda fase de secreção. O estudo histoquímico de ápices caulinares vegetativos de F. glabrescens indicou que as células da hipoderme secretora produzem uma mistura heterogênea de ácidos graxos e compostos fenólicos, enquanto o látex é uma emulsão de substâncias lipofílicas, incluindo lipídios neutros, ácidos graxos, compostos fenólicos e alcalóides. Provavelmente, a hipoderme e os laticíferos atuam em conjunto, protegendo o ápice vegetativo de radiação UV e do ataque de herbívoros no cerrado. As estruturas secretoras florais encontradas em F. australis, F. glabrescens, F. pubescens e F. velloziana foram: idioblastos; hipoderme e epiderme, laticíferos; apêndices apicais e epiderme da cabeça do estilete; coléteres calicinais, coléteres bracteolares (apenas em F. pubescens); e nectários. Em F. glabrescens, os idioblastos secretores, as células que constituem os apêndices da cabeça do estilete, a hipoderme de diferentes órgãos (anteras, lacínias da corola e do cálice, e ovário) e a epiderme do nectário produzem ácidos graxos e compostos fenólicos. Três tipos estruturais de coléteres (padrão, séssil ou ramificado) ocorrem indefinidamente distribuídos pela base do cálice. Os cinco nectários podem ser livres ou unidos dois a dois na base (e o quinto livre), ou uma estrutura anelar, dividida em cinco lobos apicais. O ginostégio é formado pela união dos estames com a cabeça do estilete, que é revestida por uma epiderme secretora em paliçada. Em F. glabrescens, a secreção é composta por polissacarídeos. A cabeça do estilete, 5-lobada, apresenta cinco projeções laterais adnatas ao conectivo pela cimentação das paredes das células epidérmicas de ambas as estruturas. A zona de adesão é dividida em duas partes, uma envolvida com a produção e acúmulo de secreção, e outra com o processo de adnação. Essas características do ginostégio, associadas à ocorrência de coléteres calicinais sésseis em Forsteronia, corroboram a exclusão do gênero da tribo Apocyneae e o seu reposicionamento em Mesechiteae. (AU)

Processo FAPESP: 01/05341-3 - Estudos anatômicos em espécies de Forsteronia G. Mey. (Apocynaceae) de Cerrado
Beneficiário:Maria Carolina Scatolin Do Rio
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado