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Fungos degradadores de compostos organicos recalcitrantes sob condições microaerobia e anaerobia

Texto completo
Autor(es):
Isis Serrano Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Engenharia de Alimentos
Data de defesa:
Membros da banca:
Lúcia Regina Durrant; Helia Harumi Sato; Tania Akiko Anazawa
Orientador: Lúcia Regina Durrant
Resumo

As atividades industriais da sociedade moderna vêm produzindo grande quantidade de compostos poluentes tóxicos e persistentes nas águas e solos, acarretando desequilíbrio dos ecossistemas. A degradação de xenobióticos recalcitrantes por fungos, principalmente os de degradação branca, tem sido uma alternativa viável de biorremediação ambiental devido à produção de um sistema enzimático extracelular e não-específico por estes fungos. As enzimas ligninolíticas são capazes de atuarem na degradação da lignina e de vários compostos orgânicos xenobióticos poliaromáticos e com estruturas similares à molécula da lignina. Para uma eficiência na biotransformação e conseqüente mineralização dos compostos poluentes, os microrganismos podem produzir biosurfactantes responsáveis pela maior solubilização de moléculas recalcitrantes no meio, aumentando a superfície de contato entre poluentes e microrganismos, facilitando assim a disponibilidade a biodegradação. Neste trabalho, várias linhagens fúngicas foram capazes de crescer em hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), ácido lignosulfônico e ácido tânico como fontes de carbono e produzirem enzimas ligninolíticas e biosurfactantes sob condições microaeróbia e anaeróbia. Tais compostos de difícil mineralização e resistentes as biotransformações foram degradados, parcialmente, pelos fungos estudados e a porcentagem de degradação apresentou variação de acordo com a linhagem, fonte de carbono utilizada e a condição de oxigenação. Em condição microaeróbia, os fungos 984, 1040, Q10 e 710 destacaram-se na degradação de compostos poliaromáticos. As melhores degradações foram apresentadas para decacicleno (10 anéis - 20-40%) e perileno (5 anéis - 11-40%)em relação aos HAPs de maiores massas molares. A degradação do naftaleno (2 anéis) foi maior do que fenantreno (3 anéis). Na condição anaeróbia, verificaram-se degradações para todas as fontes de carbono estudadas, exceto ácido tânico. Nesta condição, os fungos Q10, H2 e 710 apresentaram maior capacidade de degradação para a maioria das fontes de carbono estudadas. Em ambas as condições, a linhagem 984 apresentou maior produção de biosurfactante na presença de todos os HAPs testados. Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e outros compostos orgânicos recalcitrantes podem ser degradados sob condições microaeróbia e anaeróbia por fungos, auxiliando assim na biorremediação de locais contaminados de difícil despoluição pela ausência de oxigênio. (AU)

Processo FAPESP: 00/02546-0 - Estudo da degradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e compostos derivados de lignocelulose por fungos sob condições microaeróbias e anaeróbias
Beneficiário:Isis Serrano Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado