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Interpretação paleoambiental de paleossolos do Grupo Urucuia (cretáceo superior)

Texto completo
Autor(es):
Roberta Marquezi Bueno
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Francisco Sérgio Bernardes Ladeira; Alessandro Batezelli; Mário Luis Assine
Orientador: Francisco Sérgio Bernardes Ladeira
Resumo

O Grupo Urucuia, localizado na porção centro-norte da Bacia Sanfraciscana, abrange os estados do Piauí, Bahia, Maranhão, Goiás, Tocantins e Minas Gerais e é formado por um conjunto de arenitos continentais datados do Cretáceo Superior e depositado sobre embasamento fanerozóico e sobre os Grupos Santa Fé e Areado, ambos também pertencentes à Bacia Sanfranciscana. O Grupo Urucuia é composto pelas Formações Posse e Formação Serra das Araras. A Formação Posse é caracterizada pelo deposito de material arenoso em campos de dunas e fluvial entrelaçado, já a Formação Serra das Araras foi depositada sobre a Formação Posse sendo caracterizada por lençóis de areia e depósito de clastos. Uma vez que a área em que está o Grupo Urucuia permaneceu praticamente na mesma latitude desde a separação de Gondwana, seus registros paleoclimáticos dizem respeito a mudanças climáticas em uma mesma latitude. Os depósitos indicam uma situação desértica que vai se tornando cada vez mais úmida. As mudanças ambientais da área também ficaram registradas nos paleossolos do Grupo Urucuia. Eles foram descritos em um afloramento no estado de Goiás e dois no estado do Tocantins. Foram utilizados procedimentos de descrição macromorfológica, micromorfológica e análise de espectrometria de fluorescência de raios-X com a finalidade de se obter dados relevantes a respeito dos processos atuantes durante o período de formação dos mesmos. O primeiro paleossolo (perfil SD) foi encontrado no município de São Domingos (GO) e marca o contato entre as Formações Posse e Serra das Araras, isto é, um momento de mudança ambiental, de deposição por dunas para deposição por lençóis de areia. Ele apresenta características hidromórficas, marcas de raízes e feições micromorfológicas como pedotúbulos, cutãs e glébulas. O segundo (perfil CV) foi encontrado em um corte de estrada entre Mateiros e Ponte Alta do Tocantins e estratigraficamente está no meio da Formação Serra das Araras. Ele apresenta intercalação de horizontes silicificados com não silicificados e apresenta cutãs, pedotúbulos, glébulas e cristalárias.O terceiro perfil (ES) está localizado na cidade de Mateiros (TO), no topo da Serra do Espírito Santo, que também corresponde ao topo da Formação Serra das Araras. O mesmo está fortemente cimentado por sílica de origem pedológica uma vez que existem feições pedológicas formadas por sílica, como silãs e cristalárias. Além destas estão presentes pedotúbulos e glébulas. A silicificação pedogenética, presente em dois paleossolos descritos indica um ambiente de formação árido a semiárido. De uma forma geral, os paleossolos encontrados são, seguramente, indicadores de condições climáticas extremamente quentes e secas na área do Grupo Urucuia durante o Cretáceo Superior. Localmente são capazes de fornecer dados mais confiáveis a respeito da posição na paisagem, vegetação e movimento de água pelo perfil, evidenciado pela frequência comum de cutãs formados não só por sílica, como também argila (AU)

Processo FAPESP: 09/13375-7 - Paleossolos do Grupo Urucuia (MG, BA, PI, GO): contribuição à interpretação paleoambiental do Cretáceo Superior no Brasil
Beneficiário:Roberta Marquezi Bueno
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado