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Del otro lado de la vereda: luta feminista e construção democrática no Paraguai pós-ditatorial

Texto completo
Autor(es):
José Szwako
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Evelina Dagnino; Celi Regina Jardim Pinto; Adrián Gurza Lavalle; Luciana Ferreira Tatagiba; Carolina Rodríguez Alcalá
Orientador: Evelina Dagnino
Resumo

Esta tese trata das relações entre Estado e organizações do movimento feminista no Paraguai. O período analisado vai de 1987, quando da gênese do feminismo no país, passa pelo período de abertura e transição, entre 1989 e 1992, chegando até 2008, após os três mandatos do Partido Colorado à frente da Presidência. Os pressupostos de análise se baseiam na chamada chave da construção democrática, cujos deslocamentos teórico-analíticos fizeram avançar a compreensão sobre o papel dos movimentos sociais nos cenários latinoamericanos de (re)democratização. A essa chave interpretativa somam-se a teoria do processo político e especialmente sua noção de oportunidade política. Depois de abordar os traços institucionais e ideológicos constitutivos do último autoritarismo paraguaio, a tese se dedica aos momentos nos quais as organizações feministas interagem com a institucionalidade estatal, levando consigo suas demandas, argumentos e projetos. Subjacente à observação dessas interações está a dupla hipótese de que elas tiveram como efeito a incorporação estatal do 'gênero' (ou 'generificação' estatal) e que, por outro lado, elas não minaram a 'autonomia' das atrizes civis. Ao mesmo tempo em que essa hipótese foi ganhando corpo ao longo dos capítulos, deu-se também um debate com e contra a corrente interpretativa da chamada consolidalogia (ou transitologia). As instâncias empíricas privilegiadas para verificar o alcance e os limites da hipótese, e para criticar essa última corrente, foram as ações, reivindicações e interações das organizações e redes que compuseram (ou até hoje compõem) o feminismo paraguaio. São elas: o Grupo-Taller, a Coordenação de Mulheres do Paraguai e suas organizações, a Multisetorial de Mulheres do Paraguai, transformada em Rede de Mulheres Políticas, a Coordenadoria Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas (CONAMURI), bem como o Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM-Paraguai). A observação das interações entre organizações feministas e institucionalidade permite ver que o Estado paraguaio incorporou o 'gênero', embora tal incorporação tenha se concentrado em partes do tecido executivo e tenha sido limitada por fatores como a herança institucional, as disputas intracoloradas pela Presidência, bem como pela reação do contramovimento católico. Por outro lado, essas interações não tiveram como efeito macular a 'autonomia' feminista, entendida como capacidade do movimento de criticar e controlar o Estado, mas, ao que parece, a intensificação das interações sócio-estatais transforma radicalmente a compreensão dos sentidos da autonomia. No seu todo, a partir do caso do movimento feminista, a tese ilumina um nível público de tematização e controle ativamente conquistado, bem como inovações público-estatais, via de regra negligenciados ou não observados por parte da bibiografia especializada, mas que configuram algumas das bases a partir das quais vem se dando e se disputando a democratização paraguaia (AU)

Processo FAPESP: 07/54134-7 - La secretaria de la mujer: estado, movimento amplo de mulheres e construcao democratica no paraguai pos-ditatorial (1993-2007)
Beneficiário:José Eduardo León Szwako
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado