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Procedimentos para a análise de vogais e obstruintes de fala infantil no português brasileiro

Texto completo
Autor(es):
Larissa Mary Rinaldi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Eleonora Cavalcante Albano; Regina Yu Shon Chun; Ivone Panhoca
Orientador: Eleonora Cavalcante Albano
Resumo

Esta dissertação pretende criar uma base de dados de referência da fala infantil, para o estudo de vogais e obstruintes do Português Brasileiro (doravante PB). Os sujeitos têm de 5 a 7 anos de idade, sem história de patologias de fala. Para isso, desenvolveu-se uma ferramenta lúdica para a coleta da fala dos sujeitos. A metodologia é centrada em uma história infantil, intitulada "Deu a louca nos Contos de Fadas", e usa um jogo de percurso de tabuleiro para gerar a emissão de 57 palavras criadas para o instrumento. O total de palavras alvo é 36. Elas foram criadas pondo-se em correspondência cada obstruinte do PB (fricativas e oclusivas) com as vogais [a], [i] e [u]. A metodologia permite a coleta de todos os sons do PB na posição de ataque inicial e medial. Este estudo utilizou-o apenas para observar obstruintes e vogais em posição tônica inicial. Foram coletados dados de 9 crianças (5 meninas e 4 meninos) na fase final de aquisição da linguagem. Para as gravações, o pesquisador solicitou às crianças que dissessem as palavras alvo inseridas em uma frase veículo que se mantinha dentro do tema lúdico. A frase foi "Digo ____ volte atrás". Essa dizia respeito a desfazer uma suposta confusão gerada pelos protagonistas da história infantil. Era a frase "mágica". Apenas uma sessão de coleta de dados (para cada criança) foi suficiente para gravar todas as palavras-alvo. Em análise preliminar, notou-se que os parâmetros acústicos estáticos nem sempre eram capazes de descrever a variação e a dinâmica dos fenômenos da fala infantil. Por isso usamos dois tipos de análise: uma de parâmetros acústicos estáticos e uma de parâmetros acústicos dinâmicos, baseada em inspeção de forma de onda e espectrogramas. Para a análise estatística optou-se pelo Modelo Linear Geral (GLM) com uma Análise de Variância de Medidas Repetidas. O alpha foi estabelecido em 0,05. Como resultado das análises de parâmetros acústicos de vogais obtivemos que F1 diferenciou [a] de [i] e [u], F2 diferenciou as três vogais e F3 diferenciou [i] de [a] e [u]. As freqüências dos três formantes é mais alta do que o esperado para adultos. A análise dinâmica de forma de onda e espectrogramas parece indicar demora para a estabilização da trajetória formântica, especialmente em F2 para cerca de 9% dos casos. Como resultado das análises de parâmetros estáticos de consoantes fricativas, obtivemos que a assimetria e o centróide foram eficazes para diferenciar os três locais de constrição, o vozeamento e a interação entre local e vozeamento. A curtose não distinguiu as fricativas em nenhum parâmetro. A variância somente diferenciou local de constrição. A análise dinâmica parece indicar que ocorre desvozeamento parcial em fricativas vozeadas e vozeamento parcial em fricativas desvozeadas. Como resultado das análises de parâmetros estáticos de consoantes oclusivas, obtivemos que a assimetria e o centróide foram eficazes para diferenciar os três locais de constrição, o vozeamento e a interação entre local e vozeamento. A curtose e a variância foram eficazes para diferenciar os três locais de constrição e o vozeamento, porém não para sua associação. O VOT foi eficaz para diferenciar não somente vozeamento, mas também o local de constrição. A análise dinâmica indica que ocorre desvozeamento parcial em oclusivas vozeadas e vozeamento parcial em oclusivas desvozeadas. E que vogais infantis tem freqüências mais altas do que da adulta, porém seus espaços vocálicos são semelhantes. Esses fenômenos podem ser iluminados pela fonologia Gestual (Browman & Goldstein, 1992; Ball & Kent, 1997; Scobbie, 1998; Albano, 2001; Kent & Read , 2002; Shadle, 2006; Goldstein, Byrd & Saltzman 2006). Esperamos que essa abordagem possa trazer ainda mais luz à este trabalho (AU)

Processo FAPESP: 07/02255-5 - Procedimentos para avaliacao instrumental da pronuncia do portugues brasileiro por criancas de 5 a 7 anos de idade.
Beneficiário:Larissa Mary Rinaldi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado