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Liberdade, macroeconomia e felicidade: uma análise empírica de um painel de países

Texto completo
Autor(es):
Raphael Bottura Corbi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Naercio Aquino Menezes Filho; Maria Carolina da Silva Leme; Marcio Issao Nakane
Orientador: Naercio Aquino Menezes Filho
Resumo

O presente trabalho encontra evidências do papel das principais variáveis macroeconômicas e da liberdade sobre a felicidade dos indivíduos. Usando micro-dados de surveys de bem-estar subjetivo para mais de cem mil pessoas de 74 países, estimamos um modelo de Probit Ordenado. Baseados numa especificação microeconométrica de bem-estar padrão na literatura, controlando por efeitos regionais, tempo e características individuais, o PIB per capita apresenta efeitos positivos e decrescentes sobre o bem-estar reportado, sendo que ganhos de bem-estar proveniente do crescimento econômico parece desaparecer com o tempo, sugerindo uma forte adaptação das pessoas. Os custos das recessões parecem ser maiores do que a simples queda do PIB e o aumento do desemprego. Estimamos que um aumento na taxa de desemprego traz custos psíquicos equivalentes a US$450 para o cidadão médio. Estas evidências estabelecem a noção de que o desemprego tem efeitos negativos sobre o bem-estar mesmo daqueles que continuam empregados. Para os que realmente perdem o emprego, o custo das recessões é de cerca de US$11.400. A inflação parece ter um custo de US$88, na média, o que resulta numa taxa marginal de substituição entre desemprego e inflação de 5, corroborando a existência de uma Função de Bem-Estar Social. Além disso, os custos da inflação recaem especialmente sobre os pobres, culminando em US$364 para os indivíduos do decil de renda mais baixo, sugerindo a natureza regressiva do imposto inflacionário. Encontramos evidências também de que as pessoas parecem derivar utilidade das condições e processos que levam aos resultados econômicos, além da utilidade derivada propriamente dos resultados. Chamamos este tipo de utilidade de utilidade processual. As pessoas preferem viver em ambientes políticos e econômicos mais livres, onde elas tenham mais possibilidades de escolha. A principal consequência teórica deste tipo de evidência é que o fato das pessoas se importarem com processos de escolha viola o axioma fundamental da monotonicidade, de forma que a avaliação do comportamento individual a partir de uma perspectiva tradicional levaria necessariamente a uma representação inconsistente das preferências. A utilidade processual é incompatível com a teoria da utilidade esperada. (AU)

Processo FAPESP: 05/57542-3 - A macroeconomia da felicidade: uma analise empirica de um painel de paises.
Beneficiário:Raphael Bottura Corbi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado