Busca avançada
Ano de início
Entree


Envolvimento de receptores opióides µ1 e das redes neurais do colículo inferior na analgesia pós-ictal

Texto completo
Autor(es):
Tatiana Tocchini Felippotti
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Norberto Cysne Coimbra; Christie Ramos Andrade Leite Panissi; Américo Ceiki Sakamoto
Orientador: Norberto Cysne Coimbra
Resumo

A antinocicepção é descrita como redução na capacidade de perceber a dor, sendo importante componente para o organismo, quando este está envolvido em situações de emergência. Muitos neurotransmissores e seus receptores estão envolvidos nas diversas formas de analgesia, como por exemplo, monoaminas, acetilcolina e opióides endógenos. A analgesia pós-ictal é uma das muitas formas de antinocicepção em que o recrutamento de cada um desses neurotransmissores é descrito. Algumas evidências mostram o envolvimento de estruturas mesencefálicas em processos antinociceptivos (GEBHART & TOLEIKIS, 1978; COIMBRA e col., 1992; COIMBRA & BRANDÃO, 1997; CASTILHO e col., 1999) O colículo inferior é a estrutura mesencefálica responsável pela origem e expressão de crises audiogênicas (MCCOWN e col, 1987). Estruturas como a substância cinzenta periaquedutal, camadas profundas do colículo superior e núcleo central do colículo inferior, têm sido implicadas em processos convulsivos (DE PAULIS e col., 1990; CARDOSO e col., 1994, MCCOWN e col., 1984). Recentes relatos demonstraram que a estimulação dessas estruturas, em cujo substrato neural há neurônios positivos para beta-endorfina e leu-encefalina (EICHENBERGER e col., 2002; OSAKI e col., 2003) pode gerar processos antinociceptivos (CASTILHO e col., 1999; GEBHART & TOLEIKIS, 1978), seja de natureza opióide (NICHOLS e col., 1989), seja de natureza monoaminérgica (COIMBRA e col., 1992; COIMBRA & BRANDÃO, 1997). Neste trabalho, foi realizado o estudo periférico para investigar o envolvimento, mais especificamente, dos receptores opióides µ1 na analgesia que segue as crises convulsivas evocadas pela administração de um antagonista de canais de Cl- ligados ao GABA, como é o caso do pentilenotetrazol, administrado por via intraperitoneal, após o pré-tratamento com o bloqueador opióide específico, o naloxonazine, administrado em diferentes doses. Assim também, estudou-se a participação do colículo inferior nesse processo de inibição de dor, mensurado pelo teste de retirada de cauda. O pré-tratamento com naloxonazine, administrado por via intraperitoneal por tempo prolongado (24h), mas não agudamente (10 min), antagonizou a antinocicepção evocada por convulsões tônico-clônicas. Microinjeções de naloxonazine realizadas nos núcleos central, cortical externo e cortical dorsal do colículo inferior antagonizaram a analgesia induzida por crises convulsivas tônico-clônicas, efeito que segue uma curva dose-resposta, bem como, causaram a redução do tempo do processo convulsivo induzido pelo bloqueio ionóforo de canais de cloro ligados ao GABA. Em vista disso, podemos sugerir o envolvimento de receptores µ1-opióides e das redes neurais do colículo inferior na elaboração da analgesia pós-ictal, e na modulação de crises convulsivas tônico-clônicas. (AU)

Processo FAPESP: 03/09129-4 - Estudo do envolvimento dos receptores opioides mu 1 e dos corpos quadrigemeos na analgesia pos-ictal.
Beneficiário:Tatiana Tocchini Felippotti
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado