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Autoridade da ciência e educação: abrindo caixas pretas com a problematização de discursos da mídia e temas da física

Texto completo
Autor(es):
Leandro Daros Gama
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Física (IF/SBI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Joao Zanetic; Osvaldo Frota Pessoa Junior; Emerson de Pietri
Orientador: Joao Zanetic
Resumo

Chamamos caixa preta um conceito ou instrumento cujos detalhes de funcionamento e debates históricos (a seu respeito) são abandonados quando do seu uso. Um computador é um exemplo de objeto que é usado, em geral, sem que haja preocupação ou conhecimento com relação às nuances de seu funcionamento. O fato, já bem aceito, de que a fórmula química da água é H2O é outro exemplo de caixa preta, na medida em que alguém que afirma isso não precisa se preocupar em citar fontes ou remeter a discussões sobre a história da Química. Trabalhamos com a hipótese de que a ciência tornou-se, por si mesma, uma caixa preta. A forma como se evoca a autoridade do conhecimento científico nos meios de divulgação, em livros, diálogos e anúncios comerciais (onde frequentemente figuram fórmulas como \"eficácia cientificamente comprovada\") atesta um cenário atual onde a natureza da ciência e, em particular, a \"comprovação\" científica revelam algo que, estando carregado de poder, vem sendo veiculado, mesmo por cientistas, de maneira ingênua - sem passar por uma elaboração maior ou ignorando-se toda a complexa discussão, sobre esse assunto, presente na filosofia da ciência. Em nosso ensaio, discutiremos essa problemática, explorando uma releitura do conceito de caixa preta de Bruno Latour em termos de lógica, no qual o expandimos para representar hipóteses tácitas presentes em uma teoria; apresentamos um quadro de discussões teóricas a respeito de questões da filosofia da ciência; analisamos criticamente alguns enunciados (de livros e revistas de divulgação científica) que invocam a autoridade da ciência e problematizamos assuntos da Física. Dessa forma, ilustramos a abertura de algumas caixas pretas tradicionalmente fechadas nos cursos médios e superiores de Física. A fim de expressar diferentes posturas epistemológicas com as quais se pode apropriar de um tema científico, propusemos uma classificação de exercícios epistemológicos em três tipos: o científico (o trabalho do cientista normal), o crítico (o trabalho do cientista complementar, do historiador ou do epistemólogo) e o cético (o discurso de dúvida sobre a validade da ciência). Nossa tarefa residirá na postura do exercício crítico, uma vez que buscaremos transpor algumas caixas tradicionalmente fechadas. (AU)

Processo FAPESP: 08/07962-4 - Autoridade da ciência e Educação: o papel da educação científica na desmistificação da ciência
Beneficiário:Leandro Daros Gama
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado