Existência de Deus, natureza divina e a experiência do mal nos diálogos de Hume
Uma ilha assombrada por demônios e ilusões: as controvérsias entre ciência e relig...
![]() | |
Autor(es): |
Marília Côrtes de Ferraz
Número total de Autores: 1
|
Tipo de documento: | Tese de Doutorado |
Imprenta: | São Paulo. |
Instituição: | Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) |
Data de defesa: | 2012-04-27 |
Membros da banca: |
Pedro Paulo Garrido Pimenta;
Eduardo Salles de Oliveira Barra;
Roberto Bolzani Filho;
Fernão de Oliveira Salles dos Santos Cruz;
Lívia Mara Guimarães
|
Orientador: | Pedro Paulo Garrido Pimenta |
Resumo | |
Podemos afirmar que o tratamento dado por Hume à relação entre a Divindade e o mal moral no final da seção 8 da Investigação sobre o Entendimento Humano (EHU) tem seu desenvolvimento mais profundo e sofisticado nos Diálogos sobre a Religião Natural. Embora Hume também trate desse tópico na seção 11 da EHU, a ampla e profunda crítica feita às pretensões levantadas pelo argumento do desígnio nos Diálogos oferece um efetivo desdobramento da questão abordada por Hume em EHU 8. O abandono em EHU 8 de uma inquirição mais detalhada do problema acerca da relação entre o mal e a Divindade é compreensível. Com efeito, Hume pretendia ali, entre outras coisas, argumentar em favor de uma instância de destinação dos juízos de responsabilidade moral, a saber, o caráter. Daí ser aceitável a sua afirmação de que não é possível explicar precisamente como a Divindade pode ser a causa mediata de todas as ações dos homens sem ser a autora do pecado e da torpeza moral. Esses são mistérios que a simples razão natural e desassistida não está nem um pouco preparada para enfrentar, e seja qual for o sistema que ela adote, encontrar-se-á envolvida em inextrincáveis dificuldades (EHU 8 § 36). Certamente Hume não resolveu cabalmente essas dificuldades nos Diálogos, mas tentou enfrentá-las na medida em que uma razão desassistida, isto é, sem apoio em dogmas religiosos, pode fazê-lo. A partir desse aspecto da crítica de Hume empreendida nos Diálogos, minha intenção é examinar em que medida o argumento do desígnio se vê comprometido com o reconhecimento do mal no mundo. Para tanto, devo percorrer um longo caminho examinando as duas provas em favor da existência de Deus discutidas nos Diálogos. (AU) | |
Processo FAPESP: | 09/50691-4 - Existência de Deus, natureza divina e a experiência do mal nos diálogos de Hume |
Beneficiário: | Marília Côrtes de Ferraz |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Doutorado |