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Interações ecológicas entre plantas e animais: implicações para a conservação e restauração de uma ilha pluvial Atlântica

Texto completo
Autor(es):
Marina Huete Fleury
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Mauro Galetti Rodrigues; Hilton Thadeu Zarate do Couto; Katia Maria Paschoaletto Michi de Barros Ferraz; Marco Aurélio Pizo Ferreira; Gislene Maria da Silva Ganade
Orientador: Mauro Galetti Rodrigues; Ricardo Ribeiro Rodrigues
Resumo

Os ecossistemas de ilhas, continentais ou oceânicas, são considerados os mais sensíveis à perturbação humana. A maioria das ilhas costeiras do Brasil sofreu fortes alterações na fauna e flora silvestre. A Ilha Anchieta (Ubatuba, SP) é uma Área Protegida com um longo histórico de perturbação, tendo sido amplamente desmatada no passado e sofrido a introdução de animais. Sabe-se que a fauna possui um papel chave na composição e estrutura da comunidade vegetal, favorecendo algumas espécies e prejudicando outras. Sendo assim, a perda ou alteração dos processos de interações entre animais e plantas afetam na estrutura e composição de espécies. Este estudo analisa as interações antagônicas entre planta e animais como possíveis fatores limitantes no processo de regeneração natural em três ambientes com distintos estágios sucessionais presentes na Ilha Anchieta: campo aberto (CA) e florestas ombrófilas rala (FOR) e densa (FOD). Para isso foram testados nos três ambientes os processos pós-dispersão de sementes: a predação de sementes pós-dispersas, a germinação do banco de sementes e a herbivoria. A predação de sementes apresentou forte efeito espacial (FOD>FOR>CA) e sazonal, com maiores proporções de predação de sementes no período de escassez de alimento (estação seca). Quantitativamente o banco de sementes não representa um fator limitante, porém foi composto por uma baixa diversidade de espécies lenhosas. A capacidade de germinação do banco de sementes do solo foi similar entre os ambientes florestais apresentando menor emersão de plântulas no campo aberto, provavelmente associado ao intenso escoamento superficial no local. Adicionalmente, a mortalidade de juvenis transplantados foi de 72,27%, sendo superior nas parcelas abertas aos vertebrados para todas as espécies em todos os ambientes, demonstrando um forte efeito negativo dos herbívoros vertebrados na comunidade vegetal. Sendo assim, foram detectados distintos gargalos atuando simultaneamente na regeneração natural nos três ambientes da Ilha Anchieta, sendo necessário o estabelecimento de práticas de manejo visando minimizar os efeitos abióticos no campo aberto e floresta ombrófila rala, favorecendo as interações mutualísticas e inibindo a atividade de animais antagônicos nas florestas ombrófilas rala e densa, acelerando assim o processo de regeneração natural na Ilha Anchieta. Considerar simultaneamente os obstáculos no processo de regeneração nos auxiliará a traçar práticas de restauração e recuperação de áreas degradadas mais efetivas e viáveis economicamente. (AU)

Processo FAPESP: 04/13230-5 - A importância das interações mutualistas e antagônicas entre plantas e animais na regeneração de uma Floresta Pluvial Atlântica
Beneficiário:Marina Huete Fleury
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado