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Aspectos da compulsão à repetição na clínica psicanalítica: resistências e toxicomania

Texto completo
Autor(es):
Douglas Rodrigo Pereira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Psicologia (IP/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Eva Maria Migliavacca; Elisa Maria de Ulhoa Cintra; Manuel Morgado Rezende
Orientador: Eva Maria Migliavacca
Resumo

A compulsão à repetição é um conceito fundamental na obra de Freud. Em nosso atual estado da arte, ela está relacionada, mais diretamente, com determinados quadros clínicos, como a toxicomania. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar e discutir as manifestações clínicas da compulsão à repetição: 1) em sua relação com as resistências, em especial com a reação terapêutica negativa; e 2) sua incidência no quadro psicopatológico da toxicomania. Trata-se de um estudo teórico, realizado com o método psicanalítico histórico-crítico de leitura. Foram utilizadas três categorias de análise textual: 1) identificação do tema central e dos temas periféricos; 2) identificação das possíveis contradições, esquecimentos, lacunas argumentativas, repetições e elementos intertextuais; e 3) identificação e contextualização dos diferentes usos que esse conceito tem em cada texto. Constatou-se que, em Freud, existem momentos centrais de análise desse conceito: a) postulação, em 1914, em Recordar, repetir e elaborar. Nessa situação, ela estava circunscrita ao princípio de prazer; b) situada Além do princípio de prazer (1920) e como fenômeno de base para hipótese das pulsões de morte; e c) como resistência do Id, em Inibição, sintoma e angústia (1926). A compulsão à repetição, em conjunto com a necessidade de punição originada no Superego, forma um bloco resistencial maciço, que pode ser identificado na reação terapêutica negativa. Para tanto, utiliza-se de outros tipos de resistências, tais como a transferência, o ganho secundário da neurose e o recalque. Na toxicomania, a acentuada incidência desse fenômeno repetitivo estaria relacionada com o excesso de impulsos em estado bruto, não ligados, assim como uma tendência a descarregá-los por meio de atuações. O prazer encontrado na droga encobriria, em última instância, o trabalho silencioso das pulsões de morte. Haveria uma estreita e complicada articulação entre prazer e desprazer; ausência/presença e falta. Se, por um lado, é importante não esquecermos a repetição do mesmo e os efeitos destrutivos da droga; por outro, é necessário nos lembrarmos de como a droga pode ser utilizada como uma espécie de medicação, para o enfrentamento do sofrimento psíquico. Nesse sentido, ela poderia indicar uma busca irrefreável por ligação (Bindung) e religação (AU)

Processo FAPESP: 11/05550-3 - Compulsão à repetição na clínica psicanalítica
Beneficiário:Douglas Rodrigo Pereira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado