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O papel dos remanescentes florestais na retenção da biodiversidade e conservação da água em uma paisagem fragmentada na região central de Rondônia

Texto completo
Autor(es):
Rodrigo Anzolin Begotti
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sílvio Frosini de Barros Ferraz; Mateus Batistella; Danilo Boscolo; Adriano Garcia Chiarello; Alex Vladimir Krusche
Orientador: Sílvio Frosini de Barros Ferraz
Resumo

Em toda a superfície terrestre o uso humano está transformando grande parte das florestas, especialmente na região tropical. O desmatamento de florestas tropicais é uma das principais fontes de emissão de gases do efeito estufa e a principal ameaça à conservação de espécies e dos serviços ambientais prestados pela floresta. Dentro desse contexto que também envolve a fragmentação do habitat, o objetivo desse trabalho foi analisar como as relações entre a dinâmica do uso e cobertura da terra afetaram a estrutura e composição da comunidade de vertebrados, e também a qualidade da água em riachos no Sudoeste da Amazônia brasileira. Nós analisamos esse processo em uma área de aproximadamente 50000 km² por meio de mapas classificados a partir de imagens de satélite ao longo de 36 anos de monitoramento. Nós observamos uma perda de floresta da ordem de 24826 km² relacionada, dentre outros fatores, à expansão da malha viária de 3158 km para 12863 km de extensão, tornando a área de estudo como uma das mais desmatadas de toda a Amazônia brasileira. A dinâmica do uso e cobertura da terra ao longo da série temporal mostra que as paisagens com desmatamento mais recente apresentaram fragmentação mais intensa do que aquelas com desmatamento mais antigo e onde ocorreu pequena ou nenhuma derrubada de floresta. Os resultados da inferência com modelos generalizados de mínimos quadrados mostram que a proximidade das estradas é um dos fatores que contribuem para o aumento no desmatamento, principalmente em áreas com menor declividade e distantes dos rios. Os modelos lineares generalizados com os maiores valores de importância relativa para explicar a riqueza de espécies, biomassa agregada e o índice de vulnerabilidade à caça foram compostos pela área, número e distância entre os fragmentos como variáveis independentes. A área de floresta é importante também para a conservação da água, principalmente quanto à sua proporção na faixa de 100 m ao longo dos riachos amostrados. Levando-se em conta as características dos solos predominantes na microbacias e a sazonalidade, principalmente nos meses chuvosos, a redução de floresta próxima aos rios é responsável pelo aumento nas concentrações de alumínio, fosfato, sedimentos em suspensão, amônio e nitrato, de acordo com nossos modelos lineares generalizados. Ao final, considerações foram feitas a respeito do aumento da fiscalização e da regularização fundiária para impedir que a fronteira do desmatamento continue a avançar sobre áreas de floresta primária, e que o manejo das áreas fragmentadas inclua a restauração da floresta, principalmente ao longo dos rios para diminuir o isolamento dos fragmentos remanescentes. Nós ressaltamos também, a necessidade de se estudar como as perturbações recorrentes nos fragmentos como corte seletivo e incêndios continuam afetando a comunidade de vertebrados que ocorrem fora das áreas contínuas de floresta. (AU)

Processo FAPESP: 10/18046-9 - O papel dos remanescentes florestais na retenção da biodiversidade e conservação da água em uma paisagem fragmentada na região central de Rondônia
Beneficiário:Rodrigo Anzolin Begotti
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto