Diversidade genética do HIV-1 relacionada à transmissão materno-fetal

Resumo

Desde o início da epidemia do HIV em 1980, segundo estimativas da UNAIDS, 39,4 milhões pessoas estão infectadas no mundo, sendo que a maioria vive em países em desenvolvimento. No Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde, há 600.000 pessoas infectadas pelo HIV e grande parte dos casos concentra-se na região Sudeste. Aproximadamente, 2,5% dos casos notificados de AIDS correspondem à transmissão vertical. O número de infecções entre as mulheres, principalmente em idade reprodutiva, vem aumentando. Os esforços dos clínicos para tentar controlar a viremia do paciente e dos pesquisadores em geral para desenvolver uma vacina eficaz esbarram, entre outros obstáculos, na grande diversidade genética apresentada pelo vírus. A realização de seqüenciamento genético de determinadas regiões genômicas do HIV em crianças e gestantes pode fornecer informações não apenas a respeito da transmissão de mutações de resistência mas também auxiliar no esclarecimento do mecanismo de transmissão materno-fetal. Alguns estudos de indivíduos recém-infectados, tanto adultos quanto crianças, têm mostrado que a maioria das infecções recentes caracteriza-se por populações virais com menor diversidade gênica, levando à possibilidade de uma transmissão seletiva do HIV. Neste estudo, analisaremos amostras de crianças e gestantes a fim de caracterizar o perfil de mutações de resistência aos anti-retrovirais, analisar o subtipo do HIV nas regiões genômicas gag, pol e env e de analisar assinaturas moleculares e epítopos caracterizados e descritos em estudos relacionados a vacinas contra o HIV, transmissão materno-fetal, evolução clínica e patogênese. (AU)