Administração de dehidroepiandrosterona (DHEA) como mediador da resposta imune em ratos jovens e senis infectados com Trypanosoma cruzi submetidos ao estresse repetitivo

Resumo

A doença de Chagas representa um importante problema para a Saúde Publica na América Latina, onde o tratamento é limitado (principalmente na fase crônica). Mesmo com a existência de potentes controladores da replicação parasitária, a completa eliminação do parasita e a cura da doença não são observadas de forma consistente. Até o presente, nenhuma imunoterapia ou quimioterapia tem sido fornecida como profilaxia para a doença. Recentemente relatamos que o estresse repetitivo agrava a infecção durante a fase aguda da doença. Em outro trabalho (em publicação) mostramos que a elevação plasmática de corticosterona (CT) parece estar envolvida nessa resposta. Vários efeitos negativos da elevação crônica de CT foram documentados em diferentes espécies, incluindo supressão da resposta imune e morte neuronal dentre outros. Durante a senescência, ocorre aumento da concentração plasmática CT e redução da Dehidroepiandrosterona (DHEA). CT tem importante ação imunossupressora, enquanto que o DHEA possui ação imuno-estimuladora e anti-estresse. Este trabalho tem por objetivo avaliar a capacidade imuno-estimuladora do DHEA em ratos jovens e senis infectados com a cepa Y de Trypanosoma cruzi tratados antes e durante o estresse repetitivo. Através da analise de parâmetros patológicos e imunológicos, abrimos a possibilidade de utilização do DHEA como terapia alternativa visando proporcionar ao hospedeiro um direcionamento positivo da resposta imune durante a doença de Chagas experimental, bem como minimizar os efeitos deletérios do estresse e envelhecimento associados a ela. (AU)