Sociologia e politicas culturais: uma aproximacao a partir do estudo do caso sesc.

Resumo

Os estudos sociológicos podem trazer colaborações inestimáveis para a discussão de políticas culturais para ampliação de públicos. Em alguns países, especialmente na França, já existe uma maior aproximação entre esses dois campos; enquanto no Brasil, parece haver pouco diálogo entre as iniciativas de promoção da cultura e os conhecimentos sobre formação de públicos culturais trazidos pela sociologia. Soma-se a isso a escassez de estudos sistemáticos sobre o consumo de cultura e seus determinantes, e ainda, a ausência de uma política pública mais geral que articule os diversos investimentos em cultura, e tem-se como resultado um cenário brasileiro caracterizado pela concentração do uso dos equipamentos culturais por uma parte pequena da população, bem como pelo fracasso de inúmeras tentativas de ampliar o acesso e o apreço pela cultura. Este trabalho pretende mostrar como uma análise sociológica dos fatores que influenciam na prática cultural pode contribuir para a esfera das políticas culturais, a partir do estudo do caso SESC. Este estudo identificou o SESC como "laboratório" em que se pode analisar como a combinação de elementos oriundos do ambiente social de origem (a partir de Bourdieu) e elementos circunstanciais e contextuais (a partir de Lahire) desencadeia na prática cultural e no gosto pela cultura. A escolha deste equipamento se deu por conta de seu arranjo institucional e sua ação de caráter predominantemente educativo. O trabalho pretende verificar, por fim, se o SESC consiste numa boa referência para as políticas que visam ampliar os públicos culturais. (AU)