Caracterização e quantificação de metalotioneínas e metais traço por HPLC/HR-ICP MS e RT-PCR em peixes submetidos a contaminação antropogênica: uma abordagem em metalômica

Resumo

O contínuo despejo de xenobióticos no ambiente aquático tem acarretado modificações nos processos somáticos, bioquímicos e genéticos dos organismos expostos. Por outro lado, a integração entre a especiação de metais e sua ligação as biomoléculas, tem-se difundido nos últimos tempos, sendo o foco principal dos estudos de metalômica. Neste cenário o uso da expressão de genes biomarcadores de contaminação, assim como a integração entre a especiação de metais ligados as metalotioneinas (MTs) ainda é algo recente no Brasil, não existindo dados sobre a metalômica e dinâmica da expressão de MTs para bagres. Deste modo, a presente proposta tem por objetivos desenvolver um método efetiva para detecção e quantificação das diferentes isoformas de MTs de peixes, assim como possibilitar a análise elementar dos diferentes metais traço que podem estar associados a esta proteína, além de verificar o uso de MTs como eficiente biomarcador de contaminação ambiental por metais traço, através da associação de seus níveis protéicos e de expressão gênica. A hipótese de trabalho é que a elevada exposição a metais traço como Cu, Zn, Cd, Hg e Pb nos organismos oriundos de áreas impactadas, como no estuário de Santos/São Vicente, favorece a substituição do metal componente das metalotioneinas pelo de ação tóxica, comprometendo a funcionalidade da biomolécula. Alterações somáticas serão verificadas através do cálculo do IHS e do K dos espécimes analisados. As diferentes isoformas das MTs de Cathorops spixii serão detectadas e quantificadas por HPLC/HR-ICP MS, sendo considerado ainda a identificação e quantificação do conteúdo metálico desta proteína. Adicionalmente, a expressão gênica das isoformas de MTs serão avaliadas por RT-PCR. As informações decorrentes deste trabalho servirão não só para elucidar questões relacionadas a possíveis impactos a fauna local da região e estabelecer um processo de biomonitoramento que possa predizer eventuais riscos ao ambiente, a fim de garantir um desenvolvimento sustentável na região, mas também para validar e implementar uma ferramenta satisfatória para análises de metalômica, abordagem esta muito inovadora e recente no Brasil. (AU)