Frequência de uso de dentifrício fluoretado e desmineralização do esmalte e dentina radicular

Resumo

Tem sido sugerido que bastaria escovar os dentes 2x/dia com dentifrício fluoretado para o controle de cárie de esmalte, entretanto a frequência de uso de dentifrício fluoretado não tem sido experimentalmente testada quanto à disponibilidade do fluoreto no ambiente bucal e o efeito na desmineralização. Além disso, a dentina é considerada mais suscetível à cárie que o esmalte, e o efeito da frequência de escovação para dentina é desconhecido. Desse modo, o objetivo do presente trabalho será avaliar a eficácia anticárie do dentifrício de 1.100 µg F/g em esmalte e dentina, quando utilizado nas frequências de 0, 1, 2 e 3 vezes ao dia, sob desafio cariogênico induzido por acúmulo de biofilme dental e exposição à sacarose. O estudo será in situ, duplo-cego, cruzado em relação à frequência de utilização do dentifrício e boca dividida quanto ao tipo de substrato dental, esmalte ou dentina. O estudo será conduzido em 4 fases de 14 dias, durante as quais voluntários utilizarão dispositivos intra-orais palatinos contendo 4 blocos de esmalte e 4 de dentina radicular, com dureza de superfície conhecida (Knoop). Sacarose a 20% será gotejada sobre os blocos 8 vezes ao dia. Ao final de cada fase, o biofilme formado será coletado para a análise de fluoreto no seu fluido e no estroma 10-12 h após a última escovação (como indicador do fluoreto residual) e 30 min após a escovação. Saliva também será coletada nesses momentos para determinar a concentração de fluoreto. A dureza dos blocos de esmalte e dentina será novamente determinada para estimar a desmineralização ocorrida. A área da lesão de cárie será avaliada a partir da dureza do esmalte/dentina seccionados. Os dados serão analisados estatisticamente para comparar as diferentes frequências de uso de dentifrício fluoretado, com nível de significância de 5%. (AU)