Processo Oxidativo Avançado na desinfecção de esgoto tratado: helmintos, protozoários e bactérias

Resumo

A contaminação dos mananciais por esgoto bruto ou tratado é muito preocupante em função da presença de patógenos que não são totalmente eliminados nos diferentes sistemas de tratamentos de esgoto tradicionais, podendo afetar assim, a saúde pública e ambiental. São vários os patógenos com possibilidade de veiculação hídrica, tais como vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos. A etapa de desinfecção é a última barreira dos sistemas de tratamento de esgoto para eliminação/inativação de patógenos, porém, os processos usuais de desinfecção, como a cloração, têm ação de amplo espectro contra vírus e bactérias, mas não garantem inativação de organismos como os protozoários. No Brasil, surtos causados por protozoários, como Cyclospora cayetanensis e mais recentemente Toxoplasma gondii, vêm ocorrendo devido à veiculação hídrica das formas ambientais de transmissão, porém, embora as pesquisas científicas sobre estes patógenos estejam em expansão, elas ainda são incipientes, levando a uma ausência de dados devidamente documentados e comprovados sobre estas ocorrências. Assim, há necessidade de inclusão dos parâmetros parasitológicos no monitoramento da qualidade do esgoto, em função da perspectiva de seu reuso ou como fonte de contaminação das águas superficiais. Além disso, a busca por tecnologias de desinfecção com potencial de inativação de protozoário e helmintos se faz necessária para reduzir a carga destes patógenos em mananciais que com freqüência são utilizados como fonte de abastecimento de água.