Papilomavírus humano e prognóstico de tumores de cabeça e pescoço

Resumo

O carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço é em grande parte previsível, pois está relacionado ao abuso de tabaco e álcool, bem como à precária higiene bucal, determinados padrões dietéticos e provavelmente infecções virais. As taxas de sobrevida de 5 anos variam de 50% a 70%, na dependência da localização anatômica do tumor e de seu estadiamento clínico no diagnóstico. Atualmente o prognóstico de tumores malignos de cabeça e pescoço depende principalmente do estádio do tumor no diagnóstico e da presença de metástases ganglionares. Estudos relacionando o papilomavírus humano (human papillomavirus-HPV) com o prognóstico de câncer de cabeça e pescoço são raros e os resultados contraditórios. Ainda não há clara compreensão do comportamento deste vírus na evolução desta doença. Essa coorte inclui 1630 pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe), diagnosticados entre novembro de 1998 e dezembro de 2008 em quatro centros (São Paulo, Ribeirão Preto, Goiânia e Rio de Janeiro), oriundos de dois grandes projetos multicêntricos: Estudo Latinoamericano sobre Tumores de Cabeça e Pescoço; e Projeto Temático FAPESP - Busca de Marcadores de Agressividade em Tumores de Cabeça e Pescoço (GENCAPO). Os pacientes serão acompanhados até 30 de junho de 2009. O objetivo do estudo é examinar o papel da presença do HPV na sobrevida global e na sobrevida específica de pacientes com tumores malignos de cabeça e pescoço. (AU)