I. avaliacao dos mecanismos moleculares da imunotoxicidade e carcinogenicidade da pteridium aquilinum. ii. avaliacao do mecanismo de reversao da imunotoxicidade pela suplementacao com selenio

Resumo

A Pteridium aquilinum é uma das principais plantas tóxicas que causa grandes perdas econômicas na criação de animais de produção, tanto no Brasil, como em diversos outros países. A toxicose é manifestada por hemorragias (forma aguda) e desenvolvimento de cânceres em bexiga e no trato digestivo superior (forma crônica). Ainda, em seres humanos, existem estudos que correlacionam o desenvolvimento de neoplasias à ingestão de brotos desta planta por algumas comunidades. Ressalte-se que o princípio ativo tóxico desta planta é excretado pelo leite de animais que a ingeriram, vindo a ser, assim, um problema à saúde pública. Além disto, em estudos anteriores realizados em nosso laboratório mostrou-se que o tratamento de camundongos com a Pteridium aquilinum diminui as atividades das células natural killer (NK) citotoxicidade e produção de interferon-gamma. Ainda, foi demonstrado que estes efeitos imunotóxicos foram causados pelo princípio tóxico ptaquilosideo e que estes efeitos foram prevenidos e revertidos pela suplementação com selênio. Sobre o mecanismo de ação, foi demonstrado estar relacionado ao aumento de metalotioneína nas células NK com conseqüente diminuição de zinco e o mecanismo de reversão ocorreria pela oxidação da metalotioneína devido a ação oxidante do selênio causando a liberação de zinco. Assim, o presente projeto tem por objetivo dar continuidade a este estudo para determinar exatamente tanto o mecanismo de ação quanto de reversão dos efeitos imunotóxicos desta planta, avaliando as alterações em outras vias de sinalização dependentes de zinco e também a concentração de proteínas envolvidas nos processos de oxi-redução como a GSH. Além disto, é objetivo do presente estudo verificar se as células NK de bovinos também têm sua atividade diminuída pela ação do ptaquilosideo e se este efeito poderá ser revertido com selênio. Por fim, serão avaliados os mecanismos de carcinogêncicidade do ptaquilosídeo em células epiteliais de vesícula urinaria de bovino. (AU)