Análise qualitativa e quantitativa da poluição por metais no caranguejo chama-marés Uca rapax (Ocypodidae, Brachyura) avaliada por biomarcadores fisiológicos, bioquímicos e genéticos

Resumo

Uma das principais preocupações ecológicas refere-se ao impacto da liberação antrópica de metais em diversos ecossistemas. A falta de conhecimento dos efeitos desses poluentes sobre a biologia das espécies torna difícil avaliar a extensão e grau desse impacto. Algumas populações de caranguejos chama-marés (Uca), gênero típico de manguezais, tem respondido negativamente à poluição, observando-se seu declínio populacional. Entretanto, estudos descrevendo os efeitos da contaminação por metais sobre esse grupo são escassos, particularmente considerando sua importância ecológica neste ecossistema. O presente estudo propõe analisar como Uca rapax responde a diferentes níveis de contaminação in situ por metais. Para tal, serão utilizados biomarcadores fisiológicos (consumo de oxigênio e osmoregulação), bioquímicos (enzimas de depuração) e genéticos (danos no DNA). Estes serão confrontados com teores de metais nos tecidos dos caranguejos e no sedimento do qual serão coletados e com sua toxicidade. Foram escolhidos três locais de coleta com diferentes níveis de contaminação por metais, do mais ao menos poluído sendo respectivamente, Largo do Caneu, Cubatão (SP); Rio Itapanhaú, Bertioga (SP); Estuário do rio da Fazenda,Ubatuba(SP). Para examinar a variação sazonal dos parâmetros supracitados, serão realizadas duas coletas em cada local, uma no verão outra no inverno. Objetiva-se avaliar se Uca rapax de diferentes áreas é efetivamente exposto a metais presentes no ambiente e investigar respostas fisiológicas, bioquímicas e genéticas frente a esse poluente. Pretende-se avaliar seu potencial uso como espécie bioindicadora da saúde de ecossistemas de manguezais.