Pesquisa de vírus em primatas não humanos por técnicas moleculares e metagenômica

Resumo

Nos últimos 50 anos, mais de 300 doenças infecciosas foram detectadas na população humana mundial, causadas por novos agentes ou patógenos que acometeram o homem pela primeira vez e patógenos cuja incidência esteja aumentando ou se expandindo para áreas onde não haviam sido relatados previamente. As zoonoses com origem em animais selvagens representam a mais significante e crescente ameaça para a saúde global e todas as doenças infecciosas emergentes. Além da semelhança com o homem, os primatas não humanos (PNH) constituem somente 0,5% de todas as espécies de vertebrados, mas contribuem com 20% das principais doenças humanas, considerados os principais modelos experimentais, sendo importantes sentinelas para as flaviviroses no Novo Mundo, endêmicas no Brasil. Os flavivírus vem expandindo suas fronteiras apresentando comportamento emergente, o que torna o diagnóstico precoce de grande importância para a identificação e prevenção das flaviviroses. Por serem RNA vírus, apresentam grande variabilidade, o que pode dificultar o diagnóstico, uma vez que as técnicas sorológicas e moleculares disponíveis buscam a presença de agentes conhecidos. Além do diagnóstico de flavivírus em áreas onde previamente não foram detectados, novos agentes virais podem acometer os PNH, e, portanto, a detecção de agentes desconhecidos em PNH pode diminuir o impacto do estabelecimento de novas doenças na população humana. Desta forma, o presente experimento tem como objetivo pesquisar a presença de flavivírus conhecidos, por técnicas moleculares tradicionais (RT-PCR e RT-qPCR), e desconhecidos, por estudo metagenômico, em amostras de plasma de PNH. (AU)