Produção de coquetéis enzimáticos com potencial no biobranqueamento da polpa de celulose para a fabricação de papel a partir de resíduos lignocelulósicos e fibras secundárias

Resumo

Indústrias geram toneladas de resíduos (resíduos lignocelulósicos), como por exemplo, o bagaço de cana-de-açúcar, o lodo branco proveniente de indústria de papel e celulose, e o bagaço de cevada. Estes resíduos podem ser utilizados em muitos processos, uma vez que servem como matéria prima para a produção biotecnológica de vários compostos, como por exemplo, o papel alternativo. Resíduos lignocelulósicos apresentam em sua estrutura principalmente celulose, hemicelulose e lignina, os quais são polímeros intrinsicamente associados entre si. Para a fabricação de papel, os métodos de tratamento convencionais são muitos agressivos ao meio ambiente e, consequentemente, aos seres vivos. Investigações capazes de superar estes riscos vêm sendo desenvolvidas, e nesta perspectiva, a aplicação de enzimas no biobranqueamento da pasta de celulose primária (oriunda de fibras vegetais de espécies arbóreas e não arbóreas) ou secundária (a partir de papel reciclado) é uma alternativa que tem revelado bastante interesse. O objetivo desse trabalho será realizar um screening entre alguns fungos já identificados, presentes na micoteca do Laboratório de Microbiologia e Biologia Celular do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras-USP de Ribeirão Preto - SP, sob coordenação da Professora Dra. Maria de Lourdes T. M. Polizeli, para selecionar o melhor produtor de enzimas do sistema xilanolítico, celulolítico e amilolítico. Também será realizada a otimização dos meios, além da produção e formulação de coquetéis enzimáticos visando a aplicação no biobranqueamento da polpa de celulose para fabricação de papel a partir do bagaço de cana de açúcar, bagaço de cevada e reciclagem de papel de jornais, revistas e xerox.