O futuro da inteligência artificial: a estrutura lógica do argumento de Alan Turing

Resumo

Avanços recentes na Ciência e Tecnologia da Inteligência Artificial (IA) trouxeram de volta um debate sobre o futuro da IA na sociedade e na cultura. Os estudos nesse campo, entretanto, ainda não prestam suficiente atenção na história da IA, em particular no debate público ocorrido no Reino Unido e nos EUA entre os anos 1940 e 1950, quando um papel de liderança foi desempenhado por pioneiros da computação, especialmente por Alan Turing. Este se concentrou nas possibilidades e limites lógicos das capacidades das máquinas futuras, trazendo contribuições fundamentais para o debate sobre o futuro da IA que ainda não foram apreciadas em toda sua abrangência e relevância. Neste projeto buscamos realizar uma análise aprofundada dessas contribuições. Turing se baseia em sua antecipação do conexionismo e do aprendizado de máquina para discutir evolução de máquina, bem como em sua máquina universal para discutir o escopo da inteligência de máquina. Ele se refere ainda a \emph{Erewhon}, de Samuel Butler, em um discurso também irônico que pode permitir interpretações utópicas e/ou distópicas mas que é geralmente dispensado por seu uso de senso de humor. Uma reconstrução da estrutura lógica do argumento de Turing deve se basear em sua ciência e conectar elementos de História, Filosofia e Literatura. A discussão pública sobre o futuro da IA está, em parte, se repetindo. Revisitando Turing, poderemos qualificar o debate com base na Ciência da Computação e na visão de uma de suas mais brilhantes figuras. Seguindo a abordagem de Turing, colocaremos em foco as possibilidades e os limites lógicos das máquinas futuras. (AU)