Fatores de risco para mortalidade neonatal precoce

Autor(es)

Daniela Schoeps ^[1] ; Marcia Furquim de Almeida ^[2] ; Gizelton Pereira Alencar ^[3] ; Ivan França Jr. ^[4] ; Hillegonda Maria Dutilh Novaes ^[5] ; Arnaldo Augusto Franco de Siqueira ^[6] ; Oona Campbell ^[7] ; Laura Cunha Rodrigues ^[8]

Afiliação do(s) autor(es)

^[1] Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação - Brasil

^[2] Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública - Brasil

^[3] Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação - Brasil

^[4] Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública - Brasil

^[5] Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina - Brasil

^[6] Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública - Brasil

^[7] London School of Hygiene and Tropical Medicine. Epidemiology Unit - Ucrânia

^[8] London School of Hygiene and Tropical Medicine. Epidemiology Unit - Ucrânia

• Tipo de documento: Artigo Científico
• Fonte: Revista de Saúde Pública; v. 41, n. 6, p. 1013-1022, 2007-12-00.

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco da mortalidade neonatal precoce. MÉTODOS: Estudo caso-controle de base populacional com 146 óbitos neonatais precoces e amostra de 313 controles obtidos entre os sobreviventes ao período neonatal, na região sul do município de São Paulo, no período de 1/8/2000 a 31/1/2001. As informações foram obtidas por meio de entrevistas domiciliares e prontuários hospitalares. Foi realizada análise hierarquizada em cinco blocos com características: 1) socioeconômicas das famílias e das mães; 2) psicossociais maternas; 3) biológicas e da história reprodutiva materna; 4) do parto; 5) do recém-nascido. RESULTADOS: Os fatores de risco para a mortalidade neonatal precoce foram: Bloco 1: baixa escolaridade do chefe da família (OR=1,6; IC 95%: 1,1;2,6); domicílio em favela (OR=2,0; IC 95%: 1,2;3,5), com até um cômodo (OR=2,2; IC 95%: 1,1;4,2); Bloco 2: mães com união recente (OR=2,0; IC 95%: 1,0;4,2) e sem companheiro (OR=1,8; IC 95%: 1,1;3,0), presença de maus tratos (OR=2,7;1,1-6,5); Bloco 3: presença de intercorrência na gravidez (OR=8,2; IC 95%: 5,0;13,5), nascimento prévio de baixo peso (OR=2,4; IC 95%: 1,2;4,5); pré-natal ausente (OR=16,1; IC 95%: 4,7;55,4) ou inadequado (OR=2,1; IC 95%: 2,0;3,5); Bloco 4: presença de problemas no parto (OR=2,9; IC 95%: 1,4;5,1), mães que foram ao hospital de ambulância (OR=3,8; IC 95%: 1,4;10,7); Bloco 5: baixo peso ao nascer (OR=17,3; IC 95%: 8,4;35,6), nascimento de pré-termo (OR=8,8; IC 95%: 4,3;17,8). CONCLUSÕES: Além dos fatores proximais (baixo peso ao nascer, gestações de pré-termo, problemas no parto e intercorrências durante a gestação), identificou-se a participação de variáveis que refletem exclusão social e de fatores psicossociais. Esse contexto pode afetar o desenvolvimento da gestação e dificultar o acesso das mulheres aos serviços de saúde. A assistência pré-natal adequada poderia minimizar parte do efeito dessas variáveis. (AU)

• Processo FAPESP: 99/11985-9 - Mortalidade perinatal na região sul do município de São Paulo: um estudo caso-controle de base populacional
• Beneficiário: Arnaldo Augusto Franco de Siqueira
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular