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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

ESPÍRITOS COMPOSITORES E INSTRUMENTISTAS: A MÚSICA NA UMBANDA

Texto completo
Autor(es):
Thaís Morelatto Martelli [1] ; José Francisco Miguel Henriques Bairrão [2]
Número total de Autores: 2
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia, Psicologia Social e Etnopsicologia - Brasil
[2] Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia, Psicologia Social e Etnopsicologia - Brasil
Número total de Afiliações: 2
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Psicol. estud.; v. 24, 2019-06-10.
Resumo

RESUMO A umbanda é uma religião de possessão em que espíritos são venerados, incorporados e desincorporados em meio a música, geralmente composta pelo som do atabaque (instrumento de percussão) e pelo canto. Conhecidas como pontos-cantados, as canções rituais estão presentes no culto e na vida cotidiana dos médiuns, contudo pouco se sabe sobre a compreensão nativa a seu respeito. Mediante um estudo de caso etnográfico, investigou-se a concepção de música umbandista, numa perspectiva etnopsicológica. Os participantes foram dez médiuns e seis espíritos, uma vez que são considerados pelo campo sujeitos interlocutores com personalidade própria. As informações foram coletadas e analisadas com base num procedimento etnopsicanalítico que combina entrevistas semiestruturadas e observação participante com uma escuta atenta aos implícitos e às repetições discursivas e discutidos com base numa revisão da literatura. Encontrou-se que os pontos-cantados ajudam o médium a concentrar-se no mundo simbólico umbandista, podendo ser disparadores de sentimentos, sensações e pensamentos, associados aos espíritos que eles descrevem. Os médiuns percussionistas disseram que tocam sob a influência dos espíritos que os instruem a fazer movimentos corporais organizados. Conclui-se que o sujeito da musicalidade umbandista não é entendido como a pessoa que aparentemente a compõe e a executa. O termo música apenas pode ser usado mediante a subordinação do entendimento nativo do emprego ritual da sonoridade a uma concepção etnomusicológica que a inclui. O sentido geral do uso da música na umbanda é propiciar concentração mental e, portanto, entender seu papel é crucial para o desenvolvimento do conhecimento etnopsicológico a respeito do culto. (AU)

Processo FAPESP: 15/10217-2 - A música na umbanda: um estudo de caso
Beneficiário:Thaís Morelatto Martelli
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica