Plantas de cobertura e fontes de nitrogênio para o arroz de terras altas no sistema plantio direto

Resumo

O nitrogênio é o principal nutriente exigido pela cultura do arroz de terras altas, no entanto o aumento no teor de N no solo nem sempre traz vantagens à cultura, principalmente, quando cultivado no sistema plantio direto, onde há predominância de N-NO3-. A provável razão para isso pode estar associada à baixa atividade da enzima nitrato redutase nos primeiros 30 dias após a emergência. No entanto, tem sido observado por produtores, que sobre palhada de braquiária a cultura se desenvolve melhor em plantio direto. Uma das hipóteses que pode explicar tal resultado é o provável efeito que espécies desse gênero exercem na inibição da nitrificação. Diante do exposto o objetivo deste trabalho será estudar a influência da interação plantas de cobertura x fontes de N nas formas de N no solo e as conseqüências na atividade da enzima nitrato redutase, bem como na produtividade de grãos do arroz de terras altas no sistema plantio direto. O projeto de pesquisa será realizado na Fazenda Experimental Lageado da FCA/UNESP - Botucatu-SP e executado em duas etapas. Na primeira etapa serão três experimentos conduzidos em casa de vegetação. No experimento 1 serão avaliadas diferenças entre cultivares de arroz quanto a atividade da enzima nitrato redutase. O delineamento será em DIC em esquema fatorial 10 x 4, com quatro repetições. Os tratamentos serão constituídos por 10 cultivares de arroz de terras altas (Caiapó, Carajás, IAC-47, Primavera, IAC 202, BRS Sertaneja, BRS Bonança, BRS Colosso, Maravilha e BRS Talento) combinadas com 4 épocas de avaliação (7, 14, 21 e 28 DAE). No experimento 2 será avaliado o efeito do pH, no teor de NO3 no solo, no teor de micronutrientes e atividade da enzima nitrato redutase no arroz. O delineamento será um DIC em esquema fatorial 3 x 3, com quatro repetições. Os tratamentos serão constituídos de 3 índices de pH (4,5, 5,8 e 7,0) combinados com 3 fontes de N (nítrica, amoniacal + inibidor de nitrificação-DCD e testemunha). No experimento 3 será avaliado o efeito de micronutrientes na atividade na enzima nitrato redutase. O delineamento será um DIC em esquema fatorial 3 x 5, com três repetições. Os tratamentos serão constituídos por índices de pH (4,5, 5,8 e 7,0) combinados com micronutrientes (1- Fe, 2- Zn, 3- Mn, 4- Fe+Zn+Mn e 5- testemunha - sem micro). Na segunda etapa será conduzido um experimento de campo por dois anos agrícolas montado em DBC em esquema fatorial 7 x 6, com quatro repetições. Os tratamentos serão constituídos pela combinação de 7 formas de manejo da adubação (M1 - 80 kg ha-1 de nitrato de cálcio aos 30 DAE, M2 - 40 kg ha-1 de nitrato de cálcio aos 0 DAE e 40 kg ha-1 aos 30 DAE, M3 - 80 kg ha-1 de sulfato de amônio aos 30 DAE, M4 - 40 kg ha-1 de sulfato de amônio aos 0 DAE e 40 kg ha-1 aos 30 DAE, M5 - 80 kg ha-1 de sulfato de amônio + inibidor de nitrificação (DCD) aos 30 DAE, M6 - 40 kg ha-1 de sulfato de amônio + DCD aos 0 DAE e 40 kg ha-1 aos 30 DAE e M7 - testemunha - ausência de N) com 6 espécies de plantas de cobertura (Brachiaria brizantha, B. decumbens e B. humidicola, B. ruziziensis, Pennisetum americanum e Crotalaria spectabilis). Serão realizadas as seguintes avaliações: a) N-NO3- e N-NH4+ no solo e b) N-total, N-NO3-, N-NH4+, atividade da enzima nitrato redutase, componentes de produção e produtividade de grãos do arroz. Os dados serão submetidos à análise de variância. As médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5%.